Um estudo conduzido por professores do Instituto Federal do Ceará (IFCE) trouxe à tona um problema grave que ameaça a saúde pública e o turismo em Jericoacoara, um dos destinos mais procurados do Nordeste brasileiro. A pesquisa revelou que a água que abastece a vila apresenta níveis de nitrato até 11,8 vezes acima do limite considerado seguro para o consumo humano, conforme parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

O nitrato, um composto químico presente na água principalmente devido ao descarte inadequado de resíduos orgânicos e esgoto, pode representar sérios riscos à saúde quando ingerido em excesso. Entre os problemas associados estão doenças como a "síndrome do bebê azul", que afeta crianças pequenas, além de potenciais impactos no sistema cardiovascular e aumento do risco de câncer.

Impacto no turismo e na saúde pública

Jericoacoara, famosa por suas praias paradisíacas e frequentada por turistas de todo o mundo, depende fortemente da qualidade de seus recursos naturais para sustentar sua economia baseada no turismo. A contaminação da água não apenas representa uma ameaça direta à saúde dos moradores e visitantes, mas também pode comprometer a imagem da vila como destino sustentável.

De acordo com especialistas, a alta concentração de nitrato na água de Jericoacoara está diretamente ligada ao crescimento desordenado da vila e à insuficiência da infraestrutura de saneamento básico. O fluxo intenso de turistas, especialmente durante a alta temporada, agrava o problema ao pressionar os recursos disponíveis e aumentar a produção de resíduos.

Reações e medidas necessárias

Organizações ambientais e especialistas em saúde pública já alertaram para a urgência de medidas preventivas e corretivas. Entre as ações sugeridas estão a ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto, o monitoramento constante da qualidade da água e campanhas de conscientização sobre a destinação correta de resíduos.

A prefeitura de Jijoca de Jericoacoara, responsável pela administração da vila, ainda não se manifestou sobre o estudo. No entanto, espera-se que a divulgação dos dados pressione autoridades municipais e estaduais a adotarem medidas emergenciais para conter a contaminação e evitar impactos mais graves à saúde pública e à economia local.

Enquanto isso, moradores e turistas são aconselhados a redobrar os cuidados com o consumo de água, priorizando o uso de fontes confiáveis e filtragem adequada, sempre que possível.

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