Zuzu Angel completa hoje 100 anos

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Era madrugada e em 14 de abril de 1976, Zuzu Angel, passava com seu carro pela Estrada da Gávea. À saída do Túnel Dois Irmãos hoje batizado com seu nome, o carro dirigido por ela, um Karmann Ghia TC, foi fechado por outro dirigido por agentes da repressão e jogado fora da pista, caindo de uma altura de cerca de cinco metros. Seu corpo está sepultado no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. Mas Zuzu não morreu (por isso, o título da matéria não trouxe ideia de passado), sua história contada verbalmente, escrita em livros, em poesias, em filmes e documentários e em relatórios oficiais é viva e ajuda a entender a terra em que se vive - o Brasil. 

Hoje é o aniversário de nascimento de Zuzu Angel, ela completa 100 anos. Nasceu mineira com o nome de Zuleika de Souza Netto, na cidade de Curvelo, mas se tornou uma personalidade internacional. E o fez por diferentes facetas de sua personalidade: a da mãe, que ousava dizer a verdade sobre as violências cometidas pela ditadura militar; a da mulher, que enfrentou o estigma de ser desquitada e ter que trabalhar para sustentar os três filhos; e a da empresária, que montou sua própria marca e exportou peças com bastante sucesso para países, como EUA, Canadá, Inglaterra, África do Sul e Arábia Saudita, entre outros.

O sobrenome Angel veio do casamento, na década de 1940, com o canadense naturalizado norte-americano Norman Angel Jones, que gerou três filhos – Stuart, Ana Cristina e Hildegard.

No dia 14 de maio de 1971, seu primogênito, Stuart Angel, fora capturado por agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) e levado para a Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador. Lá ele foi foi torturado e morto: arrastado por uma corda amarrada a um jipe militar pelo pátio interno da Base Aérea, com a boca encostada ao cano de descarga até morrer, aos 25 anos, em junho de 1971. "Quero cheirar fumaça de óleo diesel/Me embriagar até que alguém me esqueça", Cálice, Chico Buarque e Gilberto Gil. 

Em dezembro de 2020, o pensarpiaui entrevistou a jornalista Hildegard Angel, que falou sobre o Brasil atual e contou sobre seu irmão e sua mãe.

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