Política

PF prende 2 suspeitos de ameaçar família de Alexandre de Moraes

Um dos suspeitos é fuzileiro naval


Foto: Gazeta do povoMinistro Alexandre de Moraes
Ministro Alexandre de Moraes

Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam duas pessoas suspeitas de ameaçar a família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos principais alvos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Camila Bonfim, da GloboNews, a ação aconteceu em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além das prisões, a PF cumpre cinco mandados de busca e apreensão.

Os dois suspeitos seriam irmãos. Um deles foi preso na Vila Clementino, bairro nobre da Zona Sul da cidade. O segundo foi preso na capital fluminense.

Um dos suspeitos seria o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira. Segundo a PF, trata-se de um caso novo e a operação foi desencadeada a pedido da Procuradoria-Geral da República. Os crimes investigados são ameaça e perseguição ao ministro do Supremo.

A investigação teve início em abril, após o envio de e-mails anônimos com as ameaças ao STF. Segundo a PGR, as ameaças diziam que seriam usadas bombas e que eles sabiam o itinerário da filha do ministro, o que ocasionou a investigação por crime de "stalking", perseguição. A audiência de custódia será realizada na tarde desta sexta-feira.

Ameaças de bolsonaristas

Alexandre de Moraes, que deixou a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esta semana após condenar Bolsonaro à inelegibilidade, é um dos principais alvos de perseguição e ameaças de apoiadores do ex-presidente.

A incitação parte dos filhos, parlamentares e aliados próximos a Bolsonaro.

Organizador dos atos em São Paulo e no Rio, para que o ex-presidente respondesse às investigações sobre as tentativas de golpe de Estado, Silas Malafaia fez uma ameaça direta ao ministro no início de abril.

Em vídeo, ele chama o ministro de "ditador de toga" e ameaça com a justiça divina ou pelo povo. "Vai chegar sua hora".

Já no final de maio, foi a vez de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) incitar apoiadores ao ameaçar o ministro.

O ataque aconteceu após Moraes ironizar frase dita pelo filho de Jair Bolsonaro às vésperas da campanha eleitoral em 2018. Em aula para concurseiros em julho daquele ano, Eduardo falou sobre como seria fácil, na visão dele, "fechar o STF". O vídeo viralizou durante a campanha.

"Cara, se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não", diz Eduardo no vídeo.

Em discurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Moraes lançou ironia sobre a fala de Eduardo ao comentar sobre a resistência da corte a uma tentativa de golpe de Estado perpetrada pelo bolsonarismo contra o Supremo.

"Todos se recordam que bastava um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. O cabo, o soldado, o coronel estão todos presos e o Supremo Tribunal Federal aberto e funcionando. Mas se disse que bastaria um cabo e um soldado", afirmou Moraes.

"Como não foi um cabo e um soldado, foram milhares de pessoas que destruíram o prédio do Supremo Tribunal Federal. Se foi para o confronto, para o confronto ao Judiciário para tentar exatamente garantir esse novo populismo", completou.

Momentos depois da fala do ministro, Eduardo Bolsonaro usou a rede X para fazer a ameaça. "Você também está preso Alexandre ou você sai as ruas [sic] tranquilo?", escreveu.

A frase relembra um outro ponto da "aula" aos concurseiros, em que o deputado falou da falta de apoio popular aos membros do judiciário.

"O que é o STF? Tira o poder da caneta de um ministro do STF. Se prender um ministro do STF, você acha que vai ter uma manifestação popular a favor do ministro do STF, milhões na rua?", disse à época.

Com informções da Forum

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