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UFPI em 10 anos, uma Universidade mais pujante

UFPI em 10 anos, uma Universidade mais pujante

Foto: GoogleUFPI em 10 anos
UFPI em 10 anos
A Universidade Federal do Piauí, atualmente, oferece uma gama de oportunidades em cursos superior e de pós-graduação e contribui para o desenvolvimento social, econômico e cultural do Estado, através de importantes pesquisas, a exemplo do que acontece em Parnaíba com o centro de aquicultura, usado para pesquisa e para qualificação de pescadores das comunidades locais.
E é para falar mais sobre as muitas mudanças que a UFPI vem passando nos últimos dez anos que o PensarPiauí entrevistou o reitor da Universidade Federal do Piauí, o professor doutor José Arimatéia Dantas, que falou com empolgação das importantes conquistas da instituição.

 

Pensar Piauí – Quais as mudanças pelas quais passou a Universidade Federal do Piauí, nos últimos 10 anos, que o senhor destacaria?

Realmente nos últimos dez anos foram muitas mudanças. Até 2005 a Universidade Federal do Piauí estava presente, praticamente, apenas em Teresina. Tínhamos o câmpus da capital, o de Parnaíba, com quatro cursos, e em Picos a UFPI estava presente com dois cursos de extensão do Centro de Ciências da Educação, não tínhamos câmpus. Hoje, nós temos o câmpus de Parnaíba com 12 cursos, incluindo Medicina; o câmpus de Picos, com 11 cursos e com Medicina já previsto para ingressos de alunos no ano que vem; o câmpus de Bom Jesus com seis cursos e três mestrados e, o de Floriano, com cinco cursos. Em Floriano e Bom Jesus não havia curso superior, apenas colégio técnico. Veja a mudança, em 2005 e 2006, um jovem de Bom Jesus só podia fazer o ensino médio lá, hoje, ele pode fazer curso superior e até mestrado em Bom Jesus. Isso é só parte das mudanças.
Pensar Piauí - Quais as outras mudanças?
A Universidade Federal do Piauí oferecia 2.345 vagas para ingressos, hoje, oferece mais de 6 mil, nós tínhamos nove cursos de pós graduação, hoje são 47 . Não tínhamos ensino a distância, hoje, são mais de 10 mil alunos em 33 polos no Piauí e dois na Bahia. A Universidade tinha restaurante apenas em Teresina, agora temos em todos os câmpus. Temos sete restaurantes, três em Teresina, e quatro nos demais polos. A residência estudantil também foi ampliada para os sete câmpus. Foram muitos os avanços. Essa expansão aconteceu também com os Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, no Instituto do Piauí (IFPI) eram apenas dois campus, hoje são 20.
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Pensar Piauí - Quando o senhor fala neste número de cursos, é incluindo a Educação à Distância (Ead)?
Não. A EAD é a parte, outro vestibular. Temos 10 mil alunos. São editais isolados. No ano passado abrimos um grande edital com oferta de 6.825 vagas, mas isso não é regular, não é todo ano, e o número de vagas não sempre é o mesmo. Não é através do Enem.
Pensar Piauí - Há uma dificuldade para remuneração dos tutores do EAD. Isso tem afetado os cursos?
Sim. Esta dificultando a ampliação de cursos e até mesmo limitando um pouco a execução deste período. Temos que ser muito prudente, ter muito controle. Este é um ano muito difícil, não apenas para a Universidade, mas para todo o País e mesmo para o mundo. Esse ajuste pelo qual o País esta passando afetou as universidades também. Nós tivemos contingenciamento de recursos. No Orçamento para Custeio, que é o que faz a Universidade funcionar, tivemos um contingenciamento de 10% e, em recursos para investimento, o contingenciamento foi maior, de 50%. Uma redução considerável, mas temos que saber administrar também nas dificuldades e estamos tocando a Universidade. Acredito que vamos terminar o ano sem grandes problemas, claro que executando menos do que gostaríamos, mas a UFPI não vai parar de funcionar.
Pensar Piauí – O senhor enfatiza bastante o investimento nas pós-graduação. A intenção é que estas pesquisas contribuam para o desenvolvimento do Estado? Que saiam dos muros da Universidade?
Com relação às pesquisas feitas aqui na UFPI até 2007, havia um problema. Não se tinha o depósito de patentes. Nosso primeiro depósito de patente aconteceu em 2008, hoje, já temos 84. A pesquisa tem sentido de transferir ciência e tecnologia para desenvolvimento da sociedade. Agora, estamos fazendo convênio com instituições públicas e privadas, em Bom Jesus, por exemplo, temos convênio com as empresas produtoras de grãos. Funciona assim: os estudantes fazem seus trabalhos de conclusão de curso ou dissertação de mestrado, estudando problemas daquela localidade, ou seja, problemas que as empresas enfrentam e, em troca, as empresas dão bolsas de estudo. Uma troca que faz bem para os dois lados. Em Parnaíba, nós temos o Centro de Aquicultura, para pesquisa e qualificação de pessoal, focado nos pescadores das comunidades locais. A UFPI já extrapolou seus muros e a presença dela na comunidade esta cada vez maior. A UFPI é a instituição que mais contribui para o desenvolvimento do Piauí, hoje. O ex-reitor Pedro Leopoldino, dizia que os dois acontecimentos mais importantes do Piauí foram a criação do Estado e a criação da Universidade Federal.
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UFPI em 10 anos
Pensar Piauí – E sobre os cursos de Medicina em Picos e Parnaíba? São quantas vagas? Ambos já estão funcionando?
Em Parnaíba já está funcionando. A primeira turma de 40 alunos entrou em setembro de 2014. A segunda turma, vai entrar agora quando terminar a greve. Temos a autorização do MEC para receber mais duas turmas de 40 alunos, mas como ainda estamos concluindo uma parte da infraestrutura, não vamos poder receber os 80, vamos receber os 40, com a qualidade que deve ter o curso. Em Picos, a previsão é de iniciar o curso em 2016, provavelmente no segundo semestre. Já tivemos a liberação de vagas para docentes, mas ainda não chegou a liberação de vagas para os técnicos. Estamos autorizados a fazer concurso para os professores do câmpus, já recebemos recursos para investimentos, alguns equipamentos já foram adquiridos e já estão em Picos. Estamos fazendo a reforma das instalações para acomodar a primeira turma, e, assim como Parnaíba, teremos uma estrutura nova.
Pensar Piauí - E quanto ao Hospital Universitário, está funcionando normalmente?
O Hospital Universitário é modelo para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSRH) que administra os hospitais universitários. O HU passou por uma crise em 2013, mas superamos e, hoje, estamos bem. Inauguramos recentemente um serviço de ressonância magnética nuclear de ponta, o aparelho mais avançado que temos hoje no serviço público no Piauí está no HU, atendendo pelo SUS. No começo de 2016 teremos a primeira Unidade de Oncologia Pública do Piauí, para atender uma demanda reprimida de pacientes com câncer tanto do Piauí, quanto do Maranhão, Tocantins, Pará. Estamos funcionando plenamente, na parte de ambulatório, temos 150 leitos de enfermaria e 10 de UTI. Com a Unidade de Oncologia devemos ampliar este número de leitos. Ainda não temos os 200 leitos em funcionamento porque precisamos montar mais uma equipe de intensivistas e há uma dificuldade de se contratar médicos intensivistas. Às vezes fazemos concursos e não são preenchidas as vagas. Há uma carência no mercado.
Pensar Piauí – E quanto ao esporte, a UFPI tem investido nesta área?
Estamos procurando dar todo apoio ao esporte. Resgatamos no ano passado os jogos universitários, começamos apenas com o futsal, uma prática que tinha antigamente e movimentava todos os estudantes e tinha sido esquecida, fizemos um torneio no final do ano, com diversas equipes. Temos também apoiado a nossas equipes de handebol, de badminton a participarem de competições nacionais. Agora mesmo estamos apoiando varia s equipes nossas para participar dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBS). Também estamos concluindo a pista de atletismo, uma pista olímpica, que vai ser concluída em novembro deste ano. Vamos ter o ginásio de Badminton, que vai ser o melhor da América Latina. O ginásio terá quatro quadras. Já recebemos a primeira parcela dos recursos para licitar ainda este ano e começar a obra em 2016. Estamos com um projeto de reforma no conjunto de quadras, são cinco quadras que precisam de cobertura e a parte de urbanização na entrada do setor de esporte.
Foto: GoogleUFPI em 10 anos
UFPI em 10 anos
Pensar Piauí - E há mais algum projeto, algum acontecimento importante para a UFPI, que o senhor queira destacar?
Há sim! Primeiro, a conquista no ano passado de um cheque de R$ 3 milhões, pelo Prêmio de Desafio da Sustentabilidade, lançado pelo MEC às universidades. Consistia na apresentação de ideias para uso racional de água ou de energia. O desafio previa a premiação de uma instituição, e mais oito premiações individuais, independentes. Pelas regras uma instituição podia ganhar o premio principal e, os outros oito, ser para instituições diferentes. Nós ganhamos todos os nove prêmios da competição, que contou com a participação de representantes de 63 universidades federais de todo o Brasil. É um negócio que até hoje nos emociona e chamou atenção lá em Brasília, quando da entrega dos prêmios pelo Ministro da Educação aos estudantes do curso de engenharia elétrica. Nós ganhamos os nove, todos em dinheiro, não lembro os valores e como eram duas modalidades não foram oito pessoas premiadas, foram menos, porque tinha um que era primeiro lugar numa modalidade e segundo lugar em outra. Alguns ganharam duas premiações. Entre as ideias premiadas está a substituição de equipamentos de iluminação e climatização. A ideia apresentada na categoria de redução de energia elétrica foi a de utilização de painéis solares em fachadas dos prédios da Universidade, proposta pelo aluno do Curso de Engenharia Elétrica da UFPI, Lucas Cruz. A previsão é de uma redução de 39,6% no consumo de energia no Centro de Ciências da Educação (CCE), no Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), seria de 36,05% e no Centro de Tecnologia (CT), o percentual é de 33,65%.
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Pensar Piauí – E o outro ponto que o senhor quer destacar?
Foi a realização de 4 a 13 de setembro da XX Olímpiada Ibero Americana de Química, com representantes de países da América Latina, de Portugal e Espanha. Foi uma grande honra receber todas estas delegações aqui, e um grande mérito para o Piauí, pois este evento acontece em cada ano apenas nas capitais dos países participantes, este ano foi aqui no PIauí. Foi um momento muito importante que permitiu um congraçamento e troca de experiências entre estudantes e professores dos países iberos americanos.
José Arimatéia Dantas - Possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará (1974), mestrado em Química Orgânica pela Universidade Estadual de Campinas (1979) e doutorado em Química Orgânica pela Universidade Estadual de Campinas (1995). Atualmente é professor Associado nível IV da Universidade Federal do Piauí. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Química dos Produtos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: óleo essencial, própolis, petróleo, biomarcadores e óleos essenciais.

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