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UFPI e o trabalho com as hortas comunitárias de Teresina

UFPI e o trabalho com as hortas comunitárias de Teresina

  • quarta-feira, 4 de maio de 2016

Foto: GoogleUFPI e o trabalho com as hortas comunitárias
UFPI e o trabalho com as hortas comunitárias
É das hortas comunitárias que muitas famílias carentes conseguem tirar o sustento diário. Diante disso, pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) estão desenvolvendo um projeto que visa melhorar a produção e minimizar as perdas de produtos cultivados em hortas teresinenses.
O projeto intitulado “Hortas Comunitárias: a possibilidade de desenvolvimento sustentável a partir da desidratação do coentro por meio da pesquisa e da extensão”, é coordenado pelo Prof. Me. Fábio Nóbrega e engloba uma gama de professores da Instituição.
“Teresina possui hoje 43 hortas comunitárias e é uma das poucas cidades do mundo que tem mais ou menos 243 hectares de hortas na área urbana. Uma vez que o coentro é a principal hortaliça produzida nesses espaços, nós encontramos no método de desidratação a forma de aumentar o seu tempo de prateleira. Para isso, estamos construindo um Desidratador Convectivo Movido a Energia Solar afim de reduzir o desperdício nessas hortas”, relatou o coordenador.
O processo de desidratação
A desidratação ou secagem de um alimento consiste em um processo de manipulação dos princípios físico-químicos sobre a ação da água nos mesmos. Sabe-se que toda planta é constituída de 88 a 92% de água e apenas de 8 a 12% de óleo essencial.
O óleo essencial biologicamente e cientificamente é onde concentra-se o sabor, o aroma e os nutrientes. Entretanto, é nos 88 a 92% de água que ocorrem o crescimento de fungos e bactérias, ação que inicia o processo de decomposição dos alimentos.
“Sabemos que os fungos e as bactérias precisam da água para se desenvolver. Diante disso, com a desidratação da hortaliça nós conseguimos eliminar toda a água contida nela e ficar apenas com o óleo essencial. Fazendo esse processo nós prolongamos o tempo de prateleira do produto para pelo menos um ano e meio, conseguindo assim amenizar os grandes desperdícios nos centros de comercialização”, explicou o pesquisador.
A execução do projeto
A UFPI está construindo no Laboratório de Energias Renováveis do Centro de Tecnologia (CT) um modelo protótipo do Desidratador Convectivo Movido a Energia Solar, que vai ficar instalado no Núcleo de Estudos e Processamento de Alimentos (NUEPA). A Prefeitura Municipal de Teresina (PMT), também interessada no desenvolvimento dessa tecnologia, vai custear a construção de um aparelho para ser implantado em uma Central de Beneficiamento.
A Central de Beneficiamento será o local onde ocorrerá o processo de desidratação do coentro proveniente das hortas comunitárias e ficará localizada na Central de Abastecimento do Piauí (CEAPI). O projeto inicialmente trabalhará com quatro hortas de Teresina, melhorando a produtividade delas, diminuindo os custos de produção e agregando valor na mercadoria.
As hortas dos bairros Irmã Dulce, Alegria, Geovane Prado e Ave Verde, estão passando por um processo de transformação do plantio tradicional para o plantio orgânico. Os professores envolvidos no projeto estão trabalhando com a organização social dos horticultores, ministrando cursos de capacitação e fortalecendo o espírito corporativista dessas pessoas.
Para o Prof. Me. Fábio Nóbrega, o grande diferencial do projeto é o avanço da tecnologia. “A construção do desidratador movido a energia solar é o alicerce, o diferencial. A partir dessa inovação tecnológica nós vamos conseguir melhorar as condições de trabalho dos horticultores teresinenses”, ressaltou.
O aparelho desidratador
O desidratador em construção funciona parecido com um forno, ele capta por meio de placas externas energia solar e a transforma em calor. A placa é coberta com um vidro para manter o isolamento térmico e fica em uma posição que varia conforme a latitude.
O Prof. Dr. Alexandre Miranda, construtor do aparelho, explicou o princípio de funcionamento do desidratador. “Esse tipo de desidratador é chamado de fluxo convectivo porque ele consiste de um painel solar, onde o ar que é aquecido por convecção tende a ser menos denso e subir. Então naturalmente ele vai passar por uma câmara de desidratação, que é completamente isolada e não recebe radiação solar direta, e com isso ela consegue controlar os fluxos e as temperaturas internas”.
“Nós acreditamos que com essa nova tecnologia ecologicamente sustentável nós vamos conseguir agregar renda às populações carentes, trazendo um maior retorno financeiro para essas pessoas que não recebem a importância de acordo com o valor que elas têm dentro da sociedade”, finalizou o professor.
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