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Teresina respira cultura com espaços restaurados

Teresina respira cultura com espaços restaurados

Teresina volta a se destacar no circuito nacional de espetáculos, com artistas de projeção nacional e internacional desembarcando na capital para apresentações de shows. Os projetos Boca da Noite e Seis e Meia dão um show à parte, atraindo para a cidade o que há de melhor na cultura popular. Casas de espetáculos reabrem suas cortinas para ilustrar o melhor do talento genuinamente piauiense, mas também para mostrar bastidores que realçam a engrenagem das atividades que culminam em reformas e ampliações que refletem o vigor das ações governamentais conscientes de que o espaço cultural é também cenário de desenvolvimento.
O Complexo Cultural da Praça Pedro II, no coração de Teresina, formado pelo Theatro quatro de Setembro, Clube dos Diários e Central de Artesanato Mestre Dezinho, com seus vários espaços culturais, nunca havia funcionado em sua plenitude. O Piauí também nunca havia contado com uma Secretaria de Estado da Cultura. Agora tem a Secult, que substitui a antiga Fundação Cultural do Piauí (Fundac). Com essa nova ferramenta, o Governo do Estado empreendeu um arrojado projeto de reforma e restauração do Complexo Cultural, entregando à população da cidade, no ano dos seus 164 anos, um dos espaços mais modernos do País na área da cultura.
O Theatro 4 de Setembro e o Clube dos Diários, por exemplo, retomam seus momentos de glória com as reformas empreendidas. “Esse é um momento muito especial para a nossa cultura. É a primeira vez, em 50 anos, que o Complexo funciona na sua totalidade. Com a obra, os funcionários ganharam melhores condições de trabalho. Para os artistas, todos os 11 camarins foram reformados. Cada detalhe foi restaurado”, comemora do secretário Fábio Novo, da Secult.
Quem visita o local, encontra um celeiro de fomento às artes. Um exemplo é a Sala de Oficina Permanente de Teatro “Procópio Ferreira”, que estava fechada há quatro anos. A sala “Chico Pereira”, que também estava desativada, foi devolvida ao público, com auditório com capacidade para 100 pessoas. Nos camarins, móveis novos, climatização e a homenagem a vários artistas que já passaram pela casa.
Toda a parte administrativa foi restaurada, incluindo piso, mobiliário e instalações elétricas. A oficina de Restauração, que integra a Secult, sob a coordenação do artesão mestre Dico, cuidou de cada detalhe do Complexo, restaurando lustres, portas e janelas. A fachada do Theatro ganhou nova pintura e uma iluminação com lâmpadas de led, que ajudam a valorizar seus traços arquitetônicos durante as noites de espetáculos.
Sobre o Clube dos Diários, o secretário Fábio Novo lembra que há 20 anos o espaço não passava por uma restauração de verdade. “O Clube reconta a história da casa.
Trata-se de um prédio centenário que exigiu um trabalho minucioso e artesanal de restauração pelas mãos de Mestre Dico”, frisa. A Sala Torquato Neto, por exemplo, agora funcionará como teatro, mantendo sua capacidade para 130 lugares, ganhou carpete, forro acústico, novos camarins e banheiros, além da climatização. Por sua vez, Lari Sales, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Piauí (Sated-PI), declara que a reforma do Clube dos Diários é um feito a se comemorar.
Projeto Seis e Meia e Boca da Noite
Maria Alcina, Cida Moreira, Zezé Motta, Rosa Passos, Zélia Duncan, Joanna, Maria Gadu, Zizi Possi, Mart’nália são apenas alguns dos nomes que se apresentaram em Teresina através do Projeto Seis Meia, totalmente revigorado. A população teresinense volta a lotar as casas de espetáculos para ver o melhor da música regional e nacional. Pelo Projeto Boca da Noite, o talento dos artistas e grupos teresinenses volta ao topo dos hits da terra. As noites de Teresina estão cheias de conteúdo cultural.
“Temos um Complexo que não podemos desprezar. O próximo passo é dialogar com prefeitura e iniciativa privada no sentido de transformar essa área num grande centro cultural, como já faz parte da história da Praça Pedro II. A cultura tem que ser priorizada, pois é parte do desenvolvimento humano”, destaca o governador Wellington Dias. Na restauração e reforma do Complexo, foram aplicados recursos de quase R$ 1 milhão. Que representam um milhão de presentes para Teresina no seu aniversário de 164 anos.
Os primeiros passos da dança
“Ficou muito além do que esperávamos.” A frase, do aluno da Escola Estadual de Dança Lenir Argento, David Oliveira, de 17 anos, traduz a sensação ao receber de volta uma escola restaurada e modernizada. Esse era o mesmo sentimento compartilhado por alunos, professores e funcionários da Escola Estadual de Música Possidônio Queiroz, que também passou por reforma e foi reaberta ao público em março deste ano. As duas instituições funcionam na Central de Artesanato Mestre Dezinho, na Praça Pedro II, em Teresina.
As duas escolas, juntas, receberão 2.300 alunos neste semestre. A Escola de Música de Teresina ganhou oito novas salas. A Escola de Dança ganhou três novas salas, além da adequação do piso de madeira em compensado naval, apropriado para as aulas de dança. Foram investidos na reforma cerca de R$ 350 mil do tesouro estadual nas duas escolas, incluindo pintura, instalação elétrica e hidráulica, climatização e adequação das salas. A Escola de Música completa neste 2016, 35 anos de criação, e a Escola de Dança, 31 anos.
Central de Artesanato e Museu
Com autorização do governador Wellington Dias o secretário Fábio Novo efetivará a reforma e modernização da Central de Artesanato Mestre Dezinho, obra orçada em R$ 1,5 milhão. “O objetivo é que o Estado tenha espaços para incentivar e manter os nossos talentos. Aqui eu vejo um grande complexo cultural, que inclui também a Praça Pedro II. Vamos continuar investindo em obras voltadas para o fortalecimento da nossa cultura”, afirma o governador.
O Museu do Piauí – Casa Odilon Nunes, criado em 1934, passa por reforma. Estão sendo restaurados toda a estrutura física, a parte hidráulica e elétrica do Museu e o mobiliário, móveis que compõem o local. Alguns equipamentos também serão substituídos como computadores e cadeiras. O Museu do Piauí é considerado um dos mais importantes centros históricos do Piauí. Está situado onde antes era o Palácio do Governo e possui hoje aproximadamente 7.000 peças em seu acervo. Para Dora Medeiros, que dirige a instituição, manter durante todo este tempo prédio e acervo conservados, implicou no trabalho forte de conservação. "São 11 anos sem reforma. Então conservamos nosso material para que não entrasse em processo de deteriorização", destaca.
Escola de Teatro Gomes Campos
Em um ano de criação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), das 26 casas mantidas pelo órgão, 16 já estão totalmente recuperadas e funcionando normalmente. A próxima reforma é a da Escola Técnica Estadual de Teatro Gomes Campos, que já formou vários atores no Estado. "Eu estudei na Escola Gomes Campos e percebo a necessidade de uma revitalização. Isso dá uma imponência para os artistas e nos sentimos mais tranqüilos, e entramos em cena com a alma melhor. Ficamos emocionados e confortáveis com a notícia, porque nós temos equipamentos e escolas de qualidade”, conta Francisco de Castro, ator há mais de 20 anos.
Para o governador Wellington Dias, a emoção não é apenas dos alunos, mas também do gestor. “Trabalhar a nossa cultura é trabalhar, fortalecer e eternizar a nossa identidade histórica e cultural. E o Piauí tem uma riqueza formidável nesse aspecto e vamos revitalizar, assim também como tem Teresina, que teve seus anos de glória, por exemplo, com o Clube dos Diários. É esse resgate que estamos fazendo par a dar de presente à nossa cidade”, conclui.

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