Sobrevivênvia. Do rio e do Homem
O rio é o Poti, o homem o Ricardo
Por Sâmia Menezes, jornalista
Sobrevivênvia. Do rio e do Homem
Um rio que já não é rio
Virou lençol de águapé
Tem na prece do seu Ricardo
Um bocadinho de fé
Ele vive da pesca
Precisa peixe pescar
Mas a danada da ironia
Fez questão de lhe visitar
Quando tudo esta tranquilo
Até seis quilos de peixe ele traz
Pra vender ou pra comer
Aquilo lhe satisfaz
Mas já tem um mês
Que nenhum peixe ele cansegue pegar
Decidiu entrar no rio
Pra quem sabe a sorte arriscar
Colocou a bicicleta na canoa
E com uma vara bem grande
Os águapes resolveu afastar
Mas ja era dez horas do dia
E nenhum peixe a fisgar
O cansaço lhe tomava conta
E ele nada de parar
"Seu eu não vier, ninguém nada me dá"
Disse com voz cansada
Numa pausa rápida pra respirar
De tanto colocar força
Tentando pelos aguapés passar
O rio é o Poti
O pescador é Ricardo
Seu sobrenome é resistência