Quem comete assédio sexual, merece uma segunda chance na vida?
É a indagação deixada pelo autor a partir da narrativa de um caso ocorrido nos EUA

Por Wilson Gomes, no facebook
Um filósofo estadunidense com considerável reconhecimento é acusado por duas alunas de assédio sexual. A universidade abre uma comissão para investigar e o professor acaba por se demitir. O processo judicial parece que continua correndo. O professor sempre se declarou inocente. Não vou entrar no mérito do processo e me meter a pontificar sobre culpas e inocências.
O fato é que, depois disso, o professor não consegue mais trabalhar nos Estados Unidos. Duas outras instituições que estavam interessadas nos seus serviços, considerada a sua competência, recuaram das contratações.
Havia uma edital em uma das grandes universidades brasileiras para a contratação de professores estrangeiros e o departamento resolveu submeter o currículo do professor que, naturalmente, foi aprovado. Mas, então, organizações se mobilizaram para dizer que faria protestos e o inferno se o professor fosse contratado. O departamento voltou atrás e desistiu do professor.
Moral da história: assédio sexual deve ser um crime tão hediondo que depois de tê-lo praticado o sujeito nunca mais pode ter um emprego em lugar algum do mundo. Fosse um assassinato ou um roubo, depois do cumprimento da pena acharíamos natural que o sujeito tivesse uma segunda chance na vida. Já assédio sexual, não. O sujeito será marcado para sempre, como pedófilos de filmes americanos, sua carreira e sua vida acabaram. Com a conivência e participação da Universidade que, paradoxalmente, milita pela humanidade dos condenados e pelo direito de todo ser humano ter uma segunda chance na vida. Acho deprimente.
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