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Quem é João Batista de Couto Neto, médico preso por suspeita de 42 mortes de pacientes

Ele é investigado em vários inquéritos por supostas negligências médicas que resultaram em mortes e mutilações

Foto: DivulgaçãoJoão Batista de Couto Neto
João Batista de Couto Neto

 

O médico cirurgião João Batista de Couto Neto, de 46 anos, foi preso durante o exercício da medicina em Caçapava, interior de São Paulo, na última quinta-feira (13). Ele é investigado em vários inquéritos por supostas negligências médicas que resultaram em mortes e mutilações durante cirurgias em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.

Após a suspensão vencida em outubro, Couto Neto obteve novo registro no Conselho Regional de Medicina de SP (Cremesp) para exercer a profissão. Na quarta-feira, um mandado de prisão preventiva foi emitido pelo juiz Guilherme Machado da Silva, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Vale destacar que o médico foi indiciado por homicídio doloso e a polícia suspeita de sua ligação em pelo menos 42 mortes e 114 casos de lesão corporal.

Os inquéritos concluídos, que resultaram no primeiro indiciamento do cirurgião, referem-se às mortes de dois homens e uma mulher. O Cremesp afirmou ter aceitado o registro de Couto Neto, ciente de sua suspensão parcial, mas obrigado a efetuar o registro.

O médico

Couto Neto é formado em Medicina pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), com especialização em Cirurgia Geral pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre, além de possuir diversas especializações na área.

Antes de suas redes sociais serem retiradas do ar, ele anunciava ter realizado mais de 20 mil cirurgias em 19 anos de carreira, ostentando um amplo público de mais de 15 mil seguidores no Instagram e 13 mil no Facebook.

A investigação, liderada pelo delegado Tarcísio Kaltbac, aponta que Couto Neto, atuando apenas na rede particular, chegava a realizar até 25 cirurgias em um único turno.

A polícia suspeita que a alta demanda visava ganhos financeiros, mas resultava em negligência médica. Kaltbach ressalta que o acúmulo de cirurgias prejudicava a qualidade do atendimento e dos cuidados pós-operatórios, levantando a hipótese de crueldade deliberada.

“Não conseguimos entender por que ele fazia isso com as pessoas. Às vezes, operava uma região do corpo, mas cortava outra que não tinha a ver com a cirurgia. Houve casos de pessoas que definharam no hospital, morrendo aos poucos. Isso é recorrente nos depoimentos”, afirmou Kaltbach ao Globo no ano passado.

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