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Pesquisa mostra a força de Lula, apesar de tudo

A performance estatística do petista deve ter surpreendido e trazido preocupação à dupla de xerifes que comandam as ações em Brasília.

Foto: google imagensAlvo de ataques nas redes sociais, Lula segue como grande liderança
Alvo de ataques nas redes sociais, Lula segue como grande liderança

Os números das pesquisas de opinião do final de semana não surpreendem, mas trazem informações muito interessantes não apenas sobre a atual conjuntura política do País, mas a respeito do que acontecerá nos próximos meses e anos. O dado mais evidente é o de que o presidente Jair Bolsonaro, mesmo com todo o desgaste deste primeiro e desastroso ano de governo, continua na liderança da preferência do eleitorado brasileiro, mas não se sabe por quanto tempo.

Ele depende de uma combinação complexa para se manter competitivo até as eleições de 2022. Seus maiores adversários seriam, é claro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda inelegível, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. O trio, de acordo com os números do momento, deverão dividir as atenções. Por um lado, o presidente tem o que comemorar. Afinal, lidera as pesquisas de intenção de voto, mesmo depois de 11 meses marcados por sucessivas crises, escândalos envolvendo os filhos, e muito conflito.

Por outro lado, Bolsonaro tem muito com o que se preocupar, pois sua vantagem em relação a Lula é pequena, quase um viés, configurando empate técnico. A simulação do primeiro turno, oferecida pela parceria entre a revista Veja e o Instituto FSB Pesquisa, indica a vitória de Bolsonaro contra Lula – 32% a 29% –, vantagem ampliada no segundo turno – 45% a 40%. Para o petista, se a pesquisa foi recebida com certo desapontamento e preocupação, há um longo caminho a ser percorrido e perfeitamente reversível.

30 após 500

Lula saiu de sua prisão política, em Curitiba (PR), há exatos 30 dias, esteve encarcerado 500 dias, é objeto de um ataque cruel e violento sem tréguas contra sua imagem pública e honra pessoal, diariamente, através de uma gigantesca indústria de fake news e memes, cujo objetivo é ridicularizá-lo. Todas as evidências, investigadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, no Congresso Nacional, levam a crer que o governo é quem patrocina e administra, direta e indiretamente, esse sistema de fake news.

Mesmo assim, o ex-presidente ainda consegue polarizar o eleitorado com Bolsonaro ou Moro, em outro cenário proposto por Veja/FSB Pesquisa, sendo derrotado pelo ex-juiz, no segundo turno, por diferença mais ampla – 48% a 39%. De certa forma, a performance estatística do petista deve ter surpreendido e trazido preocupação à dupla de xerifes que comandam as ações em Brasília (DF), apesar de toda a injustiça e perseguição jurídica e judicial perpetrada pela Operação Lava Jato e Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Alvo de cerrada campanha midiática, de manipulação difamatória, por parte da chamada grande imprensa, anos a fio, inflando as ações persecutórias contra si, Lula emerge, quatro anos depois, com expressiva condição de liderança popular, e teria todas as condições de superar seus inimigos nas eleições de 2022. Ele ainda não iniciou suas caravanas e falou diretamente ao povo, denunciando as mazelas do governo Bolsonaro. O problema é recuperar seus direitos políticos e até escapar das atuais manobras para prendê-lo novamente.

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