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OAB discute sobre impeachment de Bolsonaro: “depende das ruas e do Congresso”

Rodrigo Maia afirmou em entrevista que o presidente pode sofrer um impeachment nos próximos meses

Foto: GGNFelipe Santa Cruz, presidente da OAB
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB

De acordo com Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, há elementos para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), mas o processo vai depender da pressão das ruas.

“É preciso abrir a discussão, porque os fatos [que envolvem Bolsonaro em eventual crime de responsabilidade] são graves. Mas o ritmo dela será ditado pelas ruas e pelo Congresso Nacional”.

A OAB, considerada a principal entidade que poderia desencadear o processo, já discute o tema internamente. Outras lideranças que devem ter poder de decisão sobre o assunto pensam a mesma coisa. E acreditam que, depois que Maia afirmou em entrevista ao portal Metrópoles, que o presidente Jair Bolsonaro pode sofrer um impeachment nos próximos meses por conta do início da campanha de vacinação contra o novo coronavírus, onde os protestos podem ganhar impulso.

Maia ameaça

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está a poucas semanas de deixar o cargo.

Maia tem em sua gaveta mais de 50 pedidos de impeachment contra Bolsonaro e não deu, ao longo de seu mandato, sequência a nenhum deles. Em entrevista ao portal Metrópoles, o deputado disse que agora, entretanto, a demora do governo em elaborar um plano de vacinação contra a Covid é um fator que pode motivar a abertura de um processo de impedimento contra o ex-capitão.

“Lhe garanto que até hoje, até a questão da vacina, não tive uma pressão política, um ambiente tão forte da sociedade, pra fazer esse encaminhamento (…) Acho que a questão da vacina poderá transbordar num ambiente muito mais hostil. Pela primeira vez o governo perde popularidade. E acho que os erros na questão da vacina vão gerar um ambiente muito hostil para o governo nos próximos meses”, declarou Maia à jornalista Rachel Sheherazade.

"Talvez ele [Bolsonaro] sofra um processo de impeachment muito duro se não se organizar rapidamente. Porque o processo de impeachment, você sabe, é o resultado da pressão da sociedade”, completou.

O congressista, entretanto, ressaltou que não abrirá um processo contra Bolsonaro em seus últimos dias como presidente da Câmara e que isso caberá ao seu candidato à sucessão, Baleia Rossi (MDB-SP), caso ele seja eleito.

O portal Metrópoles divulgará a íntegra da entrevista com Maia nesta terça-feira (12).

Veja o trecho em que Maia fala sobre a questão do impeachment:

O PT também protocolou, nesta segunda-feira (11), na Câmara dos Deputados, mais um pedido de impeachment contra Bolsonaro.

Com informações da coluna Mônica Bergamo

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