Pensar Piauí

O excelente desempenho dos alunos piauienses na OBMEP

O excelente desempenho dos alunos piauienses na OBMEP

LOUVAÇÃO A COCAL DOS ALVES  Antonio José Medeiros Peço emprestada a composição de Gilberto Gil e Torquato Neto, imortalizada na voz do próprio Gil e da dupla Elis Regina/Jair Rodrigues:

“Vou fazer a louvação, louvação, louvação... Do que deve ser louvado, ser louvado, ser louvado Meu povo, preste atenção, atenção, atenção! Repare se estou errado. Louvando o que bem merece, deixo o que é ruim de lado”.

Cocal dos Alves mais uma vez brilhou na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – OBMEP, que já está na 14ª edição. Os estudantes piauienses obtiveram 101 medalhas: 15 de ouro (10 das escolas públicas e 5 das escolas privadas); 23 medalhas de prata (todas de escolas públicas); e 62 de bronze (61 de escolas públicas e uma de escola privada). Os dados aqui utilizados foram obtidos no site da OBMEP (http://premiacao.obmep.org.br/2018/verRelatorioPremiadosOuro-PI.do.htm; o mesmo para Prata e Bronze). Das 95 medalhas obtidas pelas escolas públicas, as escolas municipais obtiveram 53 medalhas (55,78%): 02 de ouro, 10 de prata e 41 de bronze. As escolas estaduais obtiveram 39 medalhas (41,95%): 08 medalhas de ouro, 12 medalhas de prata e 19 medalhas de bronze; as escolas federais obtiveram 03 medalhas (3,15%): 01 de prata e 02 de bronze. O que chama a atenção – e merece ser louvado – é o desempenho do Centro de Educação em Tempo Integral Augustinho Brandão em Cocal dos Alves: das 39 medalhas obtidas pelas escolas estaduais, 21 (53,4%) foram conquistadas por alunos da escola estadual de Cocal dos Alves: todas as 08 medalhas de ouro, 09 das 12 medalhas de prata e 04 das 19 medalhas de bronze. Três fatores contribuíram para a consolidação dessa “tradição intelectual de excelência em matemática”: a dedicação do professor de matemática Antônio Amaral; a capacidade de mobilização dos professores e de toda a comunidade escolar pelas diretoras Narjara Machado Benício e Aurilene Vieira; o apoio continuado das gestões estaduais da educação desde 2003, com apoio dos governadores. E não se pode deixar de reconhecer o estímulo das premiações e do reconhecimento do próprio MEC. Mais a louvação é cada vez mais merecida, pois Cocal dos Alves não é mais “uma ilha de matemática cercada de vulnerabilidades educacionais por todos os lados”. O CETI Augustinho Brandão tem tido uma capacidade de irradiação para o desempenho nas outras disciplinas curriculares da escola e tem influenciado na educação municipal (que desde 2017 é dirigida pela professora Aurilene). Alunos das escolas municipais de Cocal dos Alves conquistaram 01 medalha de prata e 05 medalhas de bronze. A nota do IDEB do CETI Augustinho Brandão, em 2017, foi de 5.4, a terceira melhor nota das escolas estaduais de nível médio. E o IDEB da mesma Augustinho Brandão para a o 9º ano do ensino fundamental foi de 7.2, a maior das escolas estaduais. O IDEB das escolas municipais também vem melhorando. A Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão vem crescendo nas últimas provas: 2009 – 4.5, 2011 – 4.2, 2013 – 4.6, 2015 – 4.9, 2017 – 6.0. Já foi ultrapassada a meta estabelecida pelo MEC para 2021 que é de 5.7. Temos um desafio que tenho certeza será superado: o IDHM. Em 2010, Cocal dos Alves ficou entre os seis municípios do Piauí com IDHM muito baixo: 0.498; por 0,002 pontos não atingiu o nível baixo. Provavelmente, quando for calculado o IDHM 2020, Cocal dos Alves saltará o nível baixo (0,500) e atingirá logo o nível médio (0,600). A evolução do IDHM geral foi grande: de 0,154 em 1991 para 0,264 em 2000 e 0,498 em 2010. O IDHM Longevidade em 2010 já era alto: 0,779; e o IDHM Renda era baixo 0,504. O que puxava o IDHM para baixo era a Educação: 0,021 em 1991 (isso mesmo: o FUNDEF só foi criado em 1997); 0,068 (isso mesmo) em 2000 e 0,315 em 2010. E é justamente na educação que tem havido um grande progresso! Precisa apenas prestar atenção e trabalhar os cinco indicadores que compõem o IDHM Educação: indicador 1 = pessoas de 18 anos ou mais com Ensino Fundamental completo; indicador 2 = crianças de 5 a 6 anos na escola; indicador 3 = adolescentes de 11 a 13 anos nas séries finais do Ensino Fundamental; indicador 4 = jovens de 15 a 17 anos com o Ensino Fundamental completo; indicador 5 = pessoas de 18 a 20 anos com Ensino Médio completo. Estou me preparando para fazer a louvação do IDHM pelo menos de nível médio de Cocal dos Alves em 2020! Três outras louvações precisam ser feitas:

  1. As escolas municipais de Teresina obtiveram 28 (29,4%) das 95 medalhas conquistadas pelas escolas públicas: 01 de ouro, 05 de prata e 22 de bronze.
  2. Oeiras também teve um bom desempenho: 01 medalha de ouro, 02 de prata e 04 de bronze. Prestem atenção na Escola Municipal Juarez Tapety: todas as medalhas foram obtidas por essa escola. A presença do professor Renato Martins, apaixonado pela matemática (e pela estatística) começa a fazer a diferença; e sei que conta com o apoio da direção da escola e da secretária municipal de educação.
  3. Por fim, o louvor para os que estão entrando no time da “qualidade do ensino em matemática”. Além de Cocal dos Alves, tivemos premiação com medalha de prata para escolas estaduais de Campo Maior, Joaquim Pires e Nossa Senhora dos Remédios; e com medalha de bronze para escolas estaduais de Alto Longá, Castelo do Piauí, Cocal, Pajeú do Piauí, Parnaíba, Piracuruca, Piripiri, Teresina e Valença do Piauí. Ressalte-se ainda, que também conquistaram medalhas escolas municipais de 13 municípios, além de Teresina e Oeiras: Alto Longá, Buriti dos Lopes, Capitão de Campos, Cocal dos Alves, Luzilândia, Palmeira do Piauí, Parnaíba, Picos, Piripiri, Porto Alegre do Piauí, Sigefredo Pacheco, Tanque do Piauí e Valença do Piauí.

“E louvo, pra começar da vida o que é bem maior

Louvo a esperança da gente na vida, pra ser melhor

Quem espera sempre alcança três vezes salve a esperança!

Louvo quem espera sabendo

Que pra melhor esperar.

Procede bem quem não para

De sempre mais trabalhar.

Louvo a paz pra haver na terra.

Louvo o amor que espanta a guerra.

Louvo o jardim que se planta Pra ver crescer a roseira “.

Louvo a canção que se canta Pra chamar a primavera “.

Antonio José Medeiros é sociólogo, professor aposentado da UFPI e ex-secretário de Educação do Piauí   

ÚLTIMAS NOTÍCIAS