Era Bolsonaro: assessor da Casa Civil planejou golpe de estado. Ciro deve explicações

O senador piauiense Ciro Nogueira é um homem inocente, até que se prove o contrário.
Mas o senador Ciro Nogueira deve uma explicação ao povo de sua terra e aos brasileiros de forma geral.
Essa explicação ele deve já que exerce cargo público dado pelo piauienses através do voto popular.
Em 2017, Ciro dizia que "presidente da República é quem vai cuidar de gerar emprego e renda, vai cuidar da saúde...do saneamento... eu conheço Bolsonaro. Ele não tem esta capacidade de fazer isso". Veja:
Dois anos depois, Bolsonaro assumia a presidência da República. E em pouco tempo, Ciro Nogueira era seu ministro Chefe da Casa Civil.
Por todo o período republicano é capaz de ter sido o mais forte ministro da Casa Civil do Brasil. Se mostrava muito intímo de Jair Bolsonaro e concentrava muito poder em sua pasta.
Paralelamente a isso, o país acompanhava o caos no Ministério da Saúde perdido sem saber como enfrentar a pandemia do coronavirus. O coronel da reserva do Exército Elcio Franco foi o segundo no comando do Ministério da Saúde entre junho de 2020 e março de 2021, período em que o general Eduardo Pazuello comandava a pasta. Ao sair de lá, Elcio tornou-se assessor da Casa Civil do governo Bolsonaro que tinha como titular o senador piauiense Ciro Nogueira.
Hoje, o jornal O Globo revela que áudios, prints e mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) em arquivos de aliados próximos de Jair Bolsonaro (PL) evidenciam o planejamento de uma trama visando um golpe de estado no Brasil. A trama “consistia em incitar ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), hostilizar as urnas eletrônicas, convencer a cúpula do Exército a rejeitar o resultado das eleições em 2022 e prender o ministro Alexandre de Moraes, da Corte”.
De acordo com a PF, o plano golpista teria sido articulado pelo major reformado do Exército Ailton Gonçalves Barros, pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por um militar ainda não identificado e pelo coronel Elcio Franco, ex-número dois do Ministério da Saúde e assessor da Casa Civil de Ciro Nogueira no governo Bolsonaro.
Segundo os investigadores, as trocas de mensagens "deixam evidente a articulação conduzida por Ailton Barros e outros militares, para materializar o plano de tentativa de golpe de Estado no Brasil, em decorrência da não aceitação do resultado da eleição presidencial ocorrida em 2022, visando manter no Poder o ex-Presidente da República Jair Bolsonaro e restringir o exercício do Poder Judiciário brasileiro, por meio da prisão do Ministro Alexandre de Moraes, do STF".
Em 8 de maio, novas mensagens de áudio divulgadas pela jornalista Daniela Lima, da CNN, mostraram que o coronel do Exército Elcio Franco, assessor da Casa Civil de Ciro Nogueira no governo Bolsonaro, estava envolvido na trama golpista do 8 de janeiro. De acordo com a reportagem, em conversa com o ex-major Ailton Barros, que está preso, Franco não só sabia da intenção do golpista, como deu sugestões de como mobilizar 1.500 homens para a ação.
As mensagens de áudio colocam o coronel Elcio Franco no centro da trama golpista e levantaram ainda mais preocupações sobre o envolvimento de militares em ações políticas ilegais.
O senador piauiense Ciro Nogueira é um homem inocente, até que se prove o contrário.
Mas o senador Ciro Nogueira deve explicações. O parlamentar usa com frequencia as redes sociais para tecer críticas ao governo Lula. E nada diz sobre as rotineiras denuncias que envolvem seu ex-chefe e auxiliares muito próximos de corrupção, de alinhamento com atos inconstitucionais e de tentativa de golpe de Estado.
Elcio Franco, assessor da Casa Civil, planejou um golpe de estado. O titular da pasta sabia? Se não sabia, porque não se pronuncia agora condenando o ato do subordinado?
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