Política

Covarde

Rodrigo Maia passará para a história como o covarde que se sentou sobre mais de 50 pedidos de impeachment do genocida Bolsonaro

  • domingo, 24 de janeiro de 2021

Foto: El PaísO covarde Rodrigo Maia
O covarde Rodrigo Maia

Por Kiko Nogueira, jornalista, no DCM 

Rodrigo Maia passará para a história como o covarde que, no posto de presidente da Câmara dos Deputados, se sentou sobre mais de 50 pedidos de impeachment do genocida Bolsonaro.

Sua explicação para não pautar nenhum processo e entregar o país de bandeja para um delinquente é uma das mais estapafúrdias de todos os tempos.

Com variações, alega que não é o momento porque o processo tiraria o foco do combate à covid-19 e não suportaríamos uma crise.

Ora. A crise é causada pelo calhorda. A mortandade tem nome e endereço.

É como alguém que se recusa a conter o incendiário que está tocando fogo numa casa porque precisa apagar as chamas com notas de repúdio.

Rodrigo Maia está a serviço da mesma turma de Paulo Guedes e do mercado.

O que ele quer são as “reformas”.

Num Roda Viva, reiterou seu apoio ao golpe contra Dilma Rousseff, cada vez mais farsesco diante do descalabro deste governo.

“Claro que não me arrependi”, falou. “Votei a favor com muita convicção e tenho até hoje essa convicção”.

A lista de crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente é um detalhe para Rodrigo Maia, que sairá do comando da Casa para criar uma frente de direita para 2022.

Sua marca na presidência da Câmara será a omissão e a covardia.

É um traidor do Brasil — como seu pai César foi traidor de Brizola.

A esse respeito, reproduzo texto do Paulo Henrique Amorim em seu (infelizmente) falecido Conversa Afiada:

O best-seller “Plim-Plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral“, de Paulo Henrique Amorim e Maria Helena Passos descreve como o SNI do General Golbery – o “Feiticeiro” do historialista – e a Globo Overseas tentaram roubar a eleição de Brizola para governador do Rio, em 1982, e entregar o lugar ao gatinho angorá, candidato do regime militar e que, àquela altura, já demonstrava o desejo de possuir um cofre.

O ansioso blogueiro era o redator-chefe do Jornal do Brasil, quando era o melhor jornal do Brasil.

E, na companhia de Eliakim Araújo e a briosa equipe da Rádio Jornal do Brasil, contribuiu para desmascarar a grosseira fraude.

(Pela primeira vez, uma eleição brasileira ia ser totalizada no computador. E os militares – com o prévio conhecimento da Globo e do gatinho – introduziram um “diferencial Delta” na totalização: votos “brancos” eram transformados em votos para o gatinho angorá.)

Brizola logo tomou conhecimento da safadeza.

E nomeou um jovem economista, recém chegado do Chile, de “absoluta lealdade” ao brizolismo, para chefiar o monitoramento da apuração, em nome do PDT.

Era Cesar Maia, pai do Rodrigo.

Cesar vivia na redação do Jornal do Brasil, para acompanhar a apuração paralela que a Rádio Jornal do Brasil realizava.

E com essa apuração paralela o Jornal do Brasil foi o primeiro a dizer que o Brizola ia ganhar a eleição.

Cesar Maia traiu Brizola miseravelmente.

Tentou chupar o sumo do brizolismo do Rio até onde pôde.

E, depois, converteu-se à causa da Casa Grande.

E no berço da dita casa, depositou o rebento.

Rodrigo aprendeu a ser leal com o pai.

E agora diz “o Moreira não é meu sogro“.

Porque Moreira casou com a mãe da mulher dele.

Portanto, não é sogro dele…

Não é o que dava a parecer.

Enquanto tramavam o Golpe, Maia e o não-sogro desfrutavam de magnífico almoço de sábado no magnífico restaurante Giuseppe Grill, na Avenida Bartolomeu Mitre, no Leblon.

Ali, não-genro e não-sogro se esbaldavam na companhia de ínclitos empresários cariocas!

Enquanto eram cumprimentados efusivamente por Thomas Traumann, que, com a mesma canina lealdade, foi Ministro da Comunicação Social da Presidenta Dilma.

Foto: O GloboBrizola e Cesar Maia
Brizola e Cesar Maia

 

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