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Comunidade cultural é contra abertura de rua

Comunidade cultural é contra abertura de rua

A Câmara de Diretores Logistas (CDL) de Teresina esta reivindicando que a rua que passa em frente ao Teatro 4 de Setembro seja liberada para o tráfego de veículos. Segundo os logistas isto melhoraria o trânsito e o comércio.
Em 2010 a solicitação já havia acontecido e, agora, volta a se repetir. Desta vez, na sexta-feira, 13, durante reunião de membros do CDL com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Aluísio Sampaio.
Foi o suficiente para agitar as redes sociais.
O assunto tem sido muito debatido e recebe a posição contrária da maioria das pessoas.
Fábio Novo, Secretário Estadual de Cultura, órgão responsável pela administração do Teatro 4 de Setembro foi um dos que usou a internet para se posicionar. Disse ele: “Não é um pedaço de rua que estimula o comércio. Nossa política de cultura levou para o centro mais de 100 mil pessoas em 1 ano e meio. E o comércio foi o maior beneficiário disso!”
Marleide Lins, foi outra pessoa ligada a cultura que se posicionou contra. Antes procurou ser didática em seu posicionamento. Escreveu: “VANDALISMO (Aurélio): 1 - Ato próprio de vândalo. 2 - Destruição ou mutilação do que é notável pelo seu valor artístico ou tradicional. Eis que, veramente, o vandalismo mostra a sua face insensível e abjeta, em Teresina. E a cidade que tem sofrido na calada da noite a destruição dos seus raros prédios históricos, vendo-os transformados em estacionamentos, hoje observa a ameaça que ronda sobre o seu/nosso coração. O Theatro 4 de Setembro ainda pulsa. É ânima que nos mantém viv@s! Atravessar carros por sua via é atravessar a sua veia pulsante. Revitalizar o centro da cidade é proteger o seu patrimônio histórico cultural, artístico e ambiental. Isso não se faz! Quanto maior for a destruição da sua memória e do seu "modus vivendi", mais distantes as pessoas. O centro se torna cidade fantasma e cresce a busca por shopping. Leis para proteção dos patrimônios culturais existem em todas as cidades civilizadas do mundo. Aqui em Ravenna, como em toda Itália, o centro histórico é área restrita, com tráfego somente para pedestre. Conclamamos tod@s para essa causa nobre. É bom lembrar que o Theatro não é só do artista. Não permitiremos mais um ato de vandalismo institucional! Joao Vasconcelos, Claudia Simone Oliveira Andrade, nosso caríssimo Presidente Cineas Santos, o Conselho Estadual de Cultura já se manifestou?”
Já o professor Wilson Seraine, foi mais longe. Propôs fechar mais ruas: “Ao invés de abrir ruas, deveriam era fechar o centro todo, desde a praça saraiva até a praça da liberdade e desde a Pedro II até próximo a beira do rio parnaíba. Só poderiam entra no centro, carros devidamente autorizados. Com certeza iria acabar com a derrubadas de casas antigas pra fazerem estacionamento bem como diminuiria a poluição no centro da nossa cidade. Também deveriam fechar a rua que passa em frente ao museu. Pelos mesmos motivos. É fechar mais ruas e não abrir. “
Pelo visto o CDL encontrará forte resistência para levar adiante sua proposta. E é bom que assim seja. Precisamos ter uma cidade mais democrática, completa, humana. Hoje temos um problema de déficit de cidade.

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