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Adélio detalha por que tentou matar Bolsonaro em vídeo divulgado pela Veja

Hoje, internado compulsoriamente por transtornos mentais, o depoimento foi feito pela Polícia Federal e divulgado pelo site da Veja

Foto: Polícia Federal/Veja/ReproduçãoAdelio Bispo, em depoimento à Polícia Federal
Adelio Bispo, em depoimento à Polícia Federal

O ex-garçom, Adélio Bispo, autor do atentado à faca contra o presidente Jair Bolsonaro em 2018, em Juiz de Fora (MG), disse que considera o presidente um impostor e que teve motivações políticas e religiosas para o ato. O vídeo com o depoimento de Adélio, hoje internado compulsoriamente por transtornos mentais, foi feito pela Polícia Federal e divulgado pelo site da revista Veja.

Adélio conta que agiu por "ordem divina" e que tinha desprezo pelo então candidato porque Bolsonaro, católico, tinha se "infiltrado" no meio evangélico para angariar votos."Ele é um impostor, meramente um impostor", disse. Ele foi considerado inimputável pela Justiça devido aos problemas mentais diagnosticados.

Assista ao vídeo da Veja com o depoimento de Adélio

Adélio diz que tinha ordem divina para o ato e o planejou com pouca antecedência, três dias antes da visita de Bolsonaro à cidade. Ele diz que, no dia do ato, pensou em desistir quando Bolsonaro entrou em um prédio público, e até cogitou de roubar uma arma de fogo de um policial militar no local para tentar matar o candidato com um tiro.

No depoimento, ele afirma que esteve próximo de Carlos Bolsonaro em um clube de tiro em Florianópolis tempos antes, mas que, então, não havia recebido "ordem divina" para atentar contra o filho do presidente.

"Eu não tinha pensado. Quando ele [Deus] disse, eu fiquei até surpreso", disse.

Ao falar sobre política, Adélio –diagnosticado com transtorno delirante persistente – conta que também tinha um desejo de atentar contra Michel Temer e que considera o PT "menos ruim" que o PSDB no poder.

"Pelo menos nossas estatais não seriam entregues assim. As reformas da previdência e trabalhista não aconteceriam. Porque não aconteceu no governo do PT", disse. "Entre o PT e o PSL do Bolsonaro, sou mais o PT, porque essas mesmas coisas que o PSDB fez, o Bolsonaro faz e promete fazer mais", ressaltou.

Adélio está internado desde setembro de 2018 por ser considerado inimputável. Em alguns momentos, sua fala vai para o campo da paranoia: ele fala sobre a teoria de que a Maçonaria é mantida com recursos do estado, e que um agente do FBI o visitou em Balneário Camboriú (SC), em 2016, quando ele ainda trabalhava como garçom.

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