"Eu não tenho pena nenhuma”, diz João Mader Bellotto sobre morte de brasileira
Filho de Malu Mader e Tony Bellotto causa polêmica com declaração

Enquanto o Brasil acompanhava com comoção o trágico desfecho da morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, um comentário polêmico destoou da onda de solidariedade nas redes sociais. João Mader Bellotto, filho da atriz Malu Mader e do músico Tony Bellotto, causou indignação ao afirmar que “não tem pena nenhuma” da jovem.
A declaração foi feita nos stories do Instagram, acompanhada de vídeos mostrando outros turistas enfrentando o mesmo percurso desafiador. “Isso sim é se colocar em risco. Vamos combinar, né. Curioso que essas pessoas não são punidas como outras que não se colocam em risco em momento algum”, escreveu ele.
O tom das críticas aumentou em uma segunda postagem, em que João questionou o papel da família de Juliana e sugeriu que a tragédia foi consequência de uma escolha irresponsável. “Fico pensando: essas pessoas não têm família? Mãe, pai? Pra fazer uma merda dessas? Buscam tanto a morte trágica, que uma hora a morte trágica vem. Eu não tenho pena nenhuma”, completou.
A repercussão negativa foi imediata. Diante da enxurrada de críticas, João apagou o post, mas voltou a se manifestar — desta vez, com um tom mais moderado, embora mantendo sua crítica à prática de trilhas em locais perigosos. “Tem que proibir esses passeios, interditar. Por favor, não façam mais isso não, falo pela segurança de quem vai numa coisa dessas. É muito perigoso, gente”, escreveu.
Em outra publicação, o jovem afirmou que, se tivesse um parente interessado em fazer esse tipo de trilha, o impediria a qualquer custo. “Eu não só não iria, como se eu tivesse um parente que quisesse ir eu o internaria em uma clínica. Não é exagero, nem brincadeira, eu já vi gente que foi internada porque estava no aeroporto com passagem comprada pra Colômbia.”
Mesmo com o novo posicionamento, suas declarações continuaram gerando reações negativas. Usuários nas redes sociais o acusaram de insensibilidade e desrespeito à dor da família. “Você não precisa transformar uma tragédia em palco para sua opinião sobre trilhas perigosas”, comentou um internauta, antes que João desativasse os comentários em seus perfis. Muitos destacaram que, independentemente das escolhas pessoais da vítima, o momento exige empatia e respeito.
O caso Juliana Marins
Juliana Marins, publicitária e amante da natureza e dos esportes, morreu no final de junho após sofrer uma queda de cerca de 300 metros durante uma trilha no vulcão Rinjani, um dos destinos mais procurados da Indonésia por mochileiros.
Ela viajava pela Ásia desde fevereiro, com passagens por Filipinas, Tailândia e Vietnã, antes de chegar à Indonésia. Seu corpo foi localizado apenas quatro dias após o acidente, em uma área de difícil acesso, o que gerou críticas sobre a lentidão e a estrutura das equipes de resgate.
A primeira autópsia, realizada em Bali, indicou múltiplas fraturas e hemorragia interna. De acordo com o legista, Juliana teria sobrevivido por cerca de 20 minutos após o impacto. Inconformada com o laudo e as circunstâncias da tragédia, a família solicitou uma nova autópsia no Brasil, com apoio da Defensoria Pública da União.
Juliana foi sepultada em Niterói, sua cidade natal, no início de julho. Amigos, familiares e figuras públicas prestaram homenagens e pediram respeito à memória da jovem. “Não esqueçam”, disse sua irmã Mariana ao deixar o Instituto Médico Legal no Rio de Janeiro.
Reações nas redes
Mesmo após a exclusão dos posts e o bloqueio dos comentários, as falas de João Mader Bellotto continuaram repercutindo em perfis de celebridades, páginas de entretenimento e veículos de imprensa. Enquanto alguns defenderam o direito à liberdade de expressão, a maioria criticou a falta de empatia demonstrada pelo jovem.
O caso reacendeu o debate sobre os limites entre opinião pessoal e respeito ao sofrimento alheio, especialmente em momentos de luto coletivo. Enquanto isso, a família de Juliana segue em busca de respostas e de justiça diante da tragédia.
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