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Jornalista

Sérgio Fontenele

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Novo e renovação são necessariamente sinônimos?

Foto: google imagensWellington Dias apoia pré-candidatura de Fábio Novo
Wellington Dias apoia pré-candidatura de Fábio Novo

A pré-candidatura do deputado estadual Fábio Novo (PT) parece ter sido ratificada depois das declarações do governador Wellington Dias, em apoio ao projeto do correligionário. Pelas palavras do governador, a candidatura do parlamentar à Prefeitura de Teresina é sinal de que o PT busca uma renovação. De certa forma, ele tem razão, porém, a renovação precisa passar não apenas pelo surgimento de novos quadros aptos a concorrer a cargos majoritários importantes, como o do inquilino do Palácio da Cidade.

Wellington tem falado em renovação, não apenas das lideranças petistas, mas do projeto que o PT tem para o estado e País, da pauta de novas questões a serem abraçadas pelo partido. Independemente do que aconteceu, em anos recentes, a sigla precisa se adequar aos desafios da atual trágica conjuntura na qual o Brasil mergulhou, é claro, sem abrir mão de suas convicções democráticas e de seus relevantes serviços prestados. A atualização abarca, por exemplo, a segurança pública e a respectiva resposta que o PT precisa dar a essa equação.

Evidentemente, a proposta progressista ao problema terá que ser, em sua essência, no mínimo diferente – senão oposta – da política atual dos segmentos representados por personagens, como o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o governador do Rio, Wilson Witzel. Não é preciso ser um especialista para entender que o enfrentamento da violência e criminalidade passa por investimento em inteligência, pela humanização do sistema carcerário, por mudanças no judiciário, etc.

Ética na política

A renovação petista, portanto, tem que se dar em vetores, como a reaproximação verdadeira com suas bases sociais, a retomada da bandeira da ética na política – não apenas no discurso, mas concretamente –, a capacidade de dialogar ainda mais e aglutinar setores do centro e centro-direita em nome de um projeto social. Se o conceito de renovação, apresentado pelo governador, agregar premissas como essas, a sigla estará no rumo certo, e com efeito aumentarão suas chances de uma boa performance eleitoral municipal neste ano.

Como observou Wellington Dias, a renovação tem que se dar na medida em que a sigla dê sua contribuição, no atual momento histórico, na defesa da democracia e da Constituição Federal de 1988. Essa resistência ganhará força na medida em que o PT conseguir, de fato, realizar a atualização de pauta ou projeto mencionada pelo governador. Para sobreviver ou se sustentar como o partido mais popular, será necessário ir além de mostrar novos rostos ou nomes para serem testados nas urnas para cargos majoritários.

Que isso seja compreendido pelo pré-candidato Fábio Novo, cuja juventude ou simbolismo de renovação, associados a seu perfil e projeto eleitoral, não bastarão para conduzi-lo a derrotar o atual esquema de poder, do PSDB, incrustado na Prefeitura de Teresina há mais de 30 anos. Como disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista concedida ao canal TVT, nesta quarta-feira (15-1), é preciso botar o bloco na rua e, olho no olho, defender o legado, mas também mostrar porque o PT ainda pode merecer a confiança do povo.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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