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Oscar de Barros

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Helena e Seu Né vão à igreja em jumentos. Casal celebra 50 anos de união

A história a seguir foi divulgada pelo portal G1 em 11 de janeiro e eu a reproduzo agora com muito carinho. É um bonito registro e um dos protagonistas, o Seu Né, primo deste blogueiro. Que a Helena e Seu Né tenham mais uns 50 anos de casados pela frente. Acompanhe a matéria:  

Foto: Arquivo pessoalSeu Né e Helena
Seu Né e Helena

Juntos há 50 anos, Helena Maria de Sousa Rodrigues, 72, e Manuel de Sousa Rodrigues, o Seu Né, 76, celebraram as bodas de ouro no dia 9 de dezembro. Em uma segunda cerimônia, o casal foi até a igreja de jumento, trocou alianças e leu a carta que marca o início da união, com o pedido de casamento feito em 1971. Os dois moram em Bocaina, no Sul do Piauí.

O local escolhido para a renovação dos votos foi a Igreja Nossa Senhora da Conceição, onde aconteceu o casamento oficial. A ida até o local foi feita em um casal de jumentos, animal muito utilizado como meio de transporte na década de 70. Com enfeites, os bichinhos percorreram cerca de 650 metros da residência dos “noivos” à igreja.

A ideia da celebração surgiu com o professor aposentado Seu Né e o planejamento durou mais de uma década. O casal teve cinco filhos, mas somente uma, chamada Maria Bárbara, sobreviveu. Hoje também possuem dois netos. Na festa, estiveram presentes os familiares e amigos.

“Eles representam cumplicidade e amor. Gostam de passear, se divertir, mas também de uma vida tranquila ao lado dos amigos e familiares. Nada de conto de fadas. É a história real de um casal que encontrou um jeito próprio de construir uma linda vida a dois em meio a muito perrengue, rotina e dificuldades”, contou uma sobrinha do casal, a jornalista Kátia Leal.

Casal se conheceu em uma farinhada

Em 1971, Maria Helena, na época com 22 anos, e Seu Né, 26, eram trabalhadores rurais e se envolviam, sobretudo, com a agricultura e a criação de gado. Em uma farinhada, como é chamada a produção da farinha de mandioca artesanal, os dois se conheceram e trocaram os primeiros olhares de amor.

Seguindo os costumes tradicionais, os dois permaneceram apenas como bons amigos até que o pai da jovem permitisse o namoro. Como protocolo da época, o rapaz escreveu uma carta ao sogro e a pediu em casamento, em setembro de 1971. No dia 9 de dezembro do mesmo ano, casaram-se. O documento foi lido durante a renovação dos votos.

“Sendo que consagrei sincera amizade à sua filha Helena, e encantado pelos seus gestos naturais, venho mui respeitosamente pedir-lhe à sua mão em casamento”, diz trecho da carta.

Quando questionada sobre a existência de uma fórmula secreta para manter a união, Helena aconselhou aos novos casais: compreensão e, principalmente, amor.

“Não é fácil, precisa muito amor, amor, mais amor e amor muito”, comentou rindo. “Pra gente conviver 50 anos com outra pessoa, porque duas pessoas têm as opiniões diferentes, é difícil, mas o amor supera tudo, ‘não, deixa passar isso’, ‘deixa passar aquilo’, aí passa. É muito amor”, completou.

Foto: Arquivo pessoalCarta
Carta

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