Pensar Piauí
Economista

Acilino Madeira

Economista

A arte da caricatura e o bom humor de Antônio Amaral

Foto: FacebookAntonio Amaral
Antonio Amaral

Maravilhosamente o artista plástico e designer gráfico Antônio de Pádua Amaral, cearense de nascença e piauiense de vivência desde a precoce infância, tem aproveitado o isolamento ou a quarentena demandada compulsoriamente pela pandemia do Covid-19 para se dedicar ao ofício de caricaturista.

A caricatura é uma arte. Voltaremos em breve a tal consideração. Para o momento, digo que no campo das artes, em especial da literatura, em gesto e inteligência o Amaral está na mesma pegada de um certo dramaturgo britânico.

Reza uma, dentre inúmeras lendas sobre William Shakespeare que o mesmo se consagrou como grande destaque na literatura universal em razão de uma pandemia ocorrida em seu tempo. Shakespeare era ator e acionista da Companhia de Teatro The King’s Men, quando a peste bubônica forçou o fechamento dos teatros londrinos, no começo do século XVII.

Corria o ano de 1606, logo no início Shakespeare se encontrava literalmente desempregado e em quarentena quando começou a escrever. Antes do final daquele ano, tinha escrito MacBeth, rei Lear e Antônio e Cleópatra, transformando-se em um escritor universal.

Antônio de Pádua Amaral agora se dedica a caricatura, aproveitando a liberdade de trabalho que dispõe nestes tempos difíceis do novo Corona vírus. Caricaturando outros artistas piauienses das artes literárias e das artes musicais, Amaral busca uma nova expressão pictórica: qual seja, a caricatura; seguindo a tradição italiana da caricatura, pois o pintor Agostino Carracci, de Bolonha, deu-lhe surgimento no século XVII, quando este criou uma galeria de tipos populares de sua cidade.

Não obstante, o termo caricatura significa exagerar, carregar. Modo geral, a caricatura é um desenho cuja função é enfatizar e exagerar na apresentação das peculiaridades de uma pessoa ou objeto. O resultado estético da caricatura revela sempre um retrato cômico, também irônico revelador das características físicas, psicológicas e/ou comportamentais com mais proeminências numa pessoa, em particular.

Amaral apresenta nesta sua nova fase todo o seu bom humor e disposição de se lançar em um desafio de compor imagens caricaturadas de personalidades de destaque nas cenas literária e musical piauienses. Sendo considerado uns dos grandes pintores do Piauí e um mestre em HQ, tendo sido já agraciado com o Premio HQ Mix (São Paulo) e com residência artística realizada na Alemanha, o artista desenvolve na atualidade quatro séries ou conjunto de artistas caricaturados, a saber: (1) Poeticidade (em homenagem aos poetas); (2) Prosadicidade (em homenagem aos prosadores); (3) Cajuína Stander (em homenagem ao mainstream dos compositores piauienses) e, (4) A Nova Canção Cajuína (em homenagem aos novos compositores musicais do Piauí).

O trabalho de Amaral é desenvolvido em sua plataforma do facebook (http://facebook.com/antonioamaral), onde o artista se vale de uma razão coletiva para apresentar os talentos da literatura e da música piauiense e buscar um novo diálogo envolvendo os artistas e seu público em um processo de interação virtual.

É possível a percepção de preenchimento de espaço ou do espaço público em tempos de pandemia do Covid-19, por via das medias digitais. Para os seguidores de Antônio Amaral nas redes sociais, como eu, tivemos o prazer de vivenciar o embrião deste fenomenal trabalho surgir numa Live na Paraíba (Canal do Youtube do Papo de Rua/Dario Jr) onde o artista, entre uma intervenção verbal e outra, caricaturava os demais artistas musicais entrevistados, a exemplo do músico piauiense James Brito e do violeiro paraibano Cristiano Oliveira. Isto aconteceu em julho passado, e desde então não para de crescer o número de caricaturados em sua galeria de famosos do Piauí.

O grande mérito de Antônio Amaral é promover a interação entre os artistas piauiense e o público em geral, mas acima de tudo envolver todos os artistas com a arte individual de cada um. Portanto a promoção do conhecimento e da produção artísticas em sentido de razão coletiva na comunidade.

Foto: FacebookAcilino Madeira
Acilino Madeira
Foto: FacebookCarvalho Neto
Carvalho Neto

Foto: FacebookCinen de Sousa
Cinen de Sousa

Foto: FacebookGeraldo Borges
Geraldo Borges
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Glauco Luz
Foto: FacebookLucas Rolim
Lucas Rolim
Foto: FacebookMakeh
Makeh
Foto: FacebookRogério Newton
Rogério Newton

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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