Prisão de Collor acende alerta entre bolsonaristas
A avaliação no entorno do réu Bolsonaro é de que o ministro do STF caminha para acelerar o desfecho das investigações

A prisão do ex-presidente Fernando Collor, determinada por Alexandre de Moraes, acendeu o sinal de alerta entre aliados do réu Jair Bolsonaro.
A avaliação no entorno do ex-presidente é de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) caminha para acelerar o desfecho das investigações envolvendo Bolsonaro, especialmente no caso da suposta trama para impedir a posse de Lula, e não deverá aceitar recursos que forem considerados meramente protelatórios.
A atuação firme de Moraes causou preocupação entre os aliados de Bolsonaro, especialmente porque a defesa do ex-presidente vê nos recursos um dos pilares para ganhar tempo e tentar evitar uma condenação antes do fim do ano.
Segundo fontes próximas ao caso, há um temor real de que a Primeira Turma do STF conclua o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe até outubro — e que, caso os embargos sejam julgados rapidamente, ele possa ser preso antes do recesso do Judiciário em dezembro.
Caso Moraes adote a mesma linha dura aplicada contra Collor, recusando os segundos embargos, a defesa de Bolsonaro teme que não haja espaço para manobras jurídicas e que o ex-presidente também possa ser alvo de uma ordem de prisão imediata.
Fernando Collor foi condenado por receber R$ 20 milhões, com apoio dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, para favorecer contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia. Em troca, oferecia apoio político para nomeação e manutenção de diretores da estatal.
O STF já havia negado o primeiro recurso do ex-senador em novembro de 2023, mas um pedido de destaque do ministro André Mendonça adiou o julgamento final. Agora, com a rejeição dos segundos embargos por Moraes, abre-se um precedente que, na visão de aliados de Bolsonaro, poderá ser replicado em seu caso.
Com isso, o clima de apreensão cresce no entorno do réu Bolsonaro, que enxerga nos próximos meses um risco real de condenação e prisão, num cenário cada vez mais apertado politicamente e juridicamente.
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