PF indicia Carla Zambelli e hacker da Lava Jato por invasão ao sistema do CNJ
Ambos são investigados por participarem de um esquema de inserção de mandados de prisão falsos no site do CNJ.
A Polícia Federal (PF) indiciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, segundo apuração do g1. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar o caso e decidir se leva a denúncia para a Justiça ou se recomenda o arquivamento.
Ambos são investigados por participarem de um esquema de inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões do CNJ. Um desses mandados incluía o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No ofício, estava escrita a frase “faz o L”, em referência irônica ao slogan de campanha eleitoral de 2022 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com a PF, "os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes".
"Determino, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no Supremo Tribunal Federal para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente. Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L", diz o ofício falso que era assinado por Moraes, contra si mesmo.
Em nota enviada ao g1, o advogado de Carla Zambelli, Daniel Bialski, negou que a deputada federal tenha participado da invasão ao sistema do CNJ. "A defesa da deputada Carla Zambelli conquanto ainda não tenha analisado minuciosamente os novos documentos e o relatório ofertado pela Polícia Federal, REFORÇA que ela JAMAIS fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões à sistemas ou praticasse qualquer ilicitude", sustentou o advogado.
O advogado de Walter Delgatti Neto, Ariovaldo Moreira, por sua vez, afirmou que "não se surpreende com o indiciamento dele, pois, desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ".
"O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele. No mais, a defesa pretende reiterar o requerimento que tem como objetivo a liberdade de Walter, ausente motivo para manutenção da custodia cautelar, uma vez encerrada a investigação", disse o advogado de Delgatti.
Com informações do BDF
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