O vírus da imbecilidade
Há pouco mais de 3 meses um vírus vem acometendo o mundo de uma doença respiratória que pode levar à morte, a COVID-19. Uma estranha sopa de morcego, ou uma canja de cobras, ou até mesmo uma suposta arma biológica na complexa guerra comercial globalizada pode ter sido responsável por essa calamidade.
Governos de países de todos os continentes juntamente com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a partir de estudos e pesquisas feitos por profissionais gabaritados da área médica, vêm, em uníssono, dizer à humanidade que a forma ideal de prevenção é a quarentena, o isolamento em casa, visto que a taxa de contágio da doença é alta e ocorre basicamente por vias respiratórias. É importante então que cada pessoa se conscientize da necessidade de ficar em casa pelo maior tempo possível, saindo às ruas apenas em caso de primeira necessidade, para ir a supermercados ou farmácias em busca de suprimentos.
Mas um líder político, presidente de uma nação de proporções continentais, destoa totalmente de todos os demais. E infelizmente, é o chefe do executivo do nosso país. De forma irresponsável e inconsequente, motivado por uma horda de empresários que pensam exclusivamente no lucro, prega que tal pandemia, declarada pela OMS, não passa de uma gripezinha. Brada aos brasileiros que existe histeria e ambições políticas por parte de governos estaduais e municipais que tentam a todo custo, livrar seu povo de uma enxurrada de óbitos.
Critica ações de suspensão de aulas, de controle de fronteiras, de decretos para interrupção de atividades e serviços não essenciais, atitudes similares às praticadas em quase todo o globo. Para ele, que se diz atleta (eu não sabia que pesca em reserva ambiental fosse esporte), a vida humana pode ser desprezada, sobretudo de quem tem mais de 60 anos, desde que se mantenha acesa a chama da economia que rega, nesse momento, tão somente os já fartos bolsos daqueles empresários que o apoiam.
Qual economia teremos daqui a três, quatro, seis meses, ao fim dessa pandemia? Não interessa. Não podemos ter que contabilizar dezenas de milhares de mortos apenas para satisfazer meia dúzia de grandes empresas. Para algumas, o óbito de 5 mil brasileiros sequer importa, frente à possibilidade de recessão que o isolamento social possa trazer. Somos capitalistas de forma tão desumana, a ponto do lucro se sobrepor à vida de nosso povo, já tão sofrido?
Em busca sempre de ser o centro das atenções, e contrariando inclusive as ações propostas por seu ministro da saúde, quem vem se mostrando ser qualificado, o presidente com sua habitual arrogância, vem prestando um total desserviço ao país. Está querendo de todas as formas mostrar que sua ideia, cravada de imbecilidades, é a correta, mesmo sendo oposta àquela defendida e difundida por todos os pesquisadores do mundo.
O Brasil já passou por outras crises, já soube se reerguer das mais complicadas quedas, por ter um povo heroico, do brado retumbante, capaz de superar desafios e conseguir levar o país nas costas. Esse povo é cada trabalhador, sobretudo das áreas essenciais (saúde e segurança) que nesse momento estão na linha de frente, mas que juntamente com todos os demais brasileiros, seremos capazes de conduzir a nação a galgar degraus sólidos e que nos levem a um patamar econômico positivo após vencer a guerra contra esse inimigo invisível, o coronavírus. Isso sem precisar expor-nos ao contágio incontrolável e ao risco eminente de morte por pequenez de quem devia se mostrar altivo. Alguém que deveria ser o pilar em defesa de seu povo, mas que não passa de um tresloucado, bodejando para um rebanho cada vez mais escasso de quem ainda o segue.
Sairemos dessa juntos, fortes e unidos por nossa pátria, seguindo orientações dos profissionais, médicos e cientistas daqui e do mundo todo. E para isso realmente acontecer, por enquanto, não saia de casa sem necessidade. Iremos vencer o vírus da imbecilidade e o vírus da COVID-19.
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