Vanessa Negreiros

O que esperar do futuro da UESPI?

  • quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Foto: DivulgaçãoUESPI

 

A gente sempre espera o melhor. Mas está bem difícil. Perder é algo  natural dentro de um processo eleitoral. Porém, com uma análise baseada em fatos e números, apesar dos pesares há um ganho imenso em todo o conjunto. 

2.892 pessoas disseram NÃO a atual gestão da Universidade. A maioria disse não e isso é muito bom. Embora não tenha sido suficiente para o êxito, em virtude dos pesos e medidas. Mesmo com a maior quantidade de votos, ficamos com 38,67%. 

Com técnicos e professores tendo o mesmo peso nos votos, com número de técnicos sendo três vezes menor do que o dos professores, com centenas de técnicos recebendo gratificações, já sabíamos que a nossa largada se daria mais ou menos com 30% de desvantagem em relação a quem está com a máquina. Calculo por alto que 15% dos 322 técnicos votaram na nossa chapa. 

Odeio o papel de vítima, mas, de fato, a batalha para a reitoria na UESPI tornou-se quase impossível para quem é oposição, desde que o Conselho universitário aprovou o modelo de pesos e medidas de então.

Lamento pelos alunos. Foram os que disseram não em maioria. Até no CCS, Centro do candidato a vice, a chapa 2 teve a maioria de votos dos alunos. Eles são os que sentem na pele a UESPI que temos hoje. Nós professores e os técnicos, estamos recebendo salários em dias, aliás, com antecipação. 70 votos de docentes a mais do CCS sinaliza muito que, sobretudo por lá, não importa muito a falta de biblioteca, de laboratório, sala para professores. Há lá, e em outros lugares, quem esteja gostando do ensino remoto até. 

Lamento por atitudes horríveis em momentos em que o medo de perder o cargo falou mais alto. Infelizmente, as mesmas pessoas que forjaram em seus discursos a existência de mentiras da chapa 2, que falaram em coerência, foram as mesmas que desceram ao nível mais baixo, e que fizeram coisas feias com pessoas do lado frágil. Meu sentimento é só de vergonha alheia e de fé nas voltas que o mundo dá. 

Lamento, sobretudo, que os percentuais das urnas tenham dito não a oportunidade de contarmos com dois ex-alunos à frente da instituição. Dutra e Patrícia estavam com muita vontade de trabalhar. Por acreditar neles que larguei meus estudos uns dias para mergulhar de cabeça na ideia de podermos contar com uma nova administração.

Não obstante eu tinha iniciado o texto falando de ganhos. E agora é sobre isso. Em 2017 não tivemos uma chapa representando  insatisfeitos com a situação. Em 2021 fomos quase 3 mil dizendo NÃO. 
Com quase 40% de votos da chapa 2, está muito clara a grande rejeição à atual gestão. 

E fica aí a reflexão aos vitoriosos. Digo isso ao tempo em que os parabenizo. Espero que eles tenham acordado que muita gente não acreditou naquelas falas do debate.

Em síntese o meu sentimento não é o de derrota. É de sensação de dever cumprido e de gratidão. O resultado comprovou o que eu já sabia, que não estou sozinha. Que tem muita gente boa e competente comigo, além das que eu já tinha desde 2016. 
Ao longo da campanha conheci pessoas incríveis e as quero ter na mesma trincheira minha por muito tempo.

Obrigada Dutra e Patricia. Vocês são sensacionais. Vocês souberam ignorar provocações pesadas como poucos. Aprendi muito com vocês. Campanha limpa e linda. O sol nunca vai embora para quem tem alma de girassol.
Nossa alma é de girassol

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