O coronavírus e a eleição de Bolsonaro
Em 2016 alguns setores da sociedade brasileira, principalmente os ricos e parte da classe média, resolveram tirar uma Presidenta legitimamente eleita para colocar em seu lugar Michel Temer, que, dentre outras coisas, introduziu medidas neoliberais na economia brasileira.
Temer fez logo a reforma trabalhista e o teto de gastos, impedindo que houvesse mais investimentos em saúde e educação por 20 (vinte) anos.
Naquela época alertamos que isso seria a destruição da saúde pública brasileira, e que o SUS, com o tempo, seria desmantelado, e que Estados e Municípios ficariam desprovidos de recursos suficientes para atender os menos favorecidos. Éramos chamados de petralhas, comunistas, e outros adjetivos por termos esse tipo de opinião. Diziam que o PT “gastava demais”, e que o negócio agora era o Estado mínimo.
Essas mesmas pessoas elegeram Bolsonaro, com muita fake news e colocando muito medo na sociedade, inclusive nas pessoas mais pobres. Venderam a ideia que todo mundo é empreendedor e que isso é suficiente para se viver bem. Muitos acreditaram nessa balela. Tendo à frente da economia o Ministro Paulo Guedes, considerado por muitos o mais radical dos neoliberais, o Governo tomou posse e a partir dali começaram um programa de destruição do Estado Brasileiro, com muita privatização, redução de direitos dos trabalhadores, e objetivando a famigerada redução do Estado. Mantiveram o tal do teto de gastos, que permanece até hoje prejudicando as famílias brasileiras.
Agora vem o coronavírus, na maior crise sanitária que tivemos na história, e o que Bolsonaro e o seu ministro da economia propõem? Redução do salário dos trabalhadores pela metade e redução da remuneração dos servidores públicos. Ou seja, medidas que visam atacar as pessoas que menos ganham na nação. Não se fala em fim de teto de gastos, e nem na ampliação de recursos com saúde e educação. Cortam recursos e bolsa família só do nordeste, e ainda tentam colocar a culpa nos governadores dessa região, que têm feito das “tripas coração” para dar conta do problema.
Faltam recursos, e a responsabilidade é do governo atual e do seu projeto de destruição do Estado brasileiro. Foi aplaudido pela proposta de acabar com o seguro DPVAT, que dava 45 (quarenta e cinco) milhões para o SUS todo ano.
Mas não é só do governo. É preciso que os cidadãos que votaram nele reconheçam o erro que cometeram. Se hoje temos um SUS mais sucateado, e uma educação com menos recursos, isso é graças ao golpe que deram e a eleição do seu candidato despreparado. Alguém tem que ser responsabilizado por isso. E passados mais de quatro anos do golpe contra Dilma, não dá mais para colocar a responsabilidade no PT. Cada um que assuma sua responsabilidade. E a eleição do Bolsonaro é fruto do voto dos seus eleitores. Que assuma, agora, sua responsabilidade.
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