“Não há democracia sem sindicatos fortes”, diz Lula em encontro com Biden
Em pronunciamento, presidente mencionou preocupação com a precarização do mercado de trabalho global
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou em defesa dos sindicatos em um evento histórico ao lado do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Nova York. O encontro marcou o lançamento da iniciativa "Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras", uma colaboração entre Brasil e EUA com o objetivo de abordar os desafios da precarização do mercado de trabalho global e promover o desenvolvimento inclusivo e sustentável.
O diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert F. Houngbo, também esteve presente no pronunciamento, destacando a importância da cooperação internacional para enfrentar os desafios do mundo do trabalho no século XXI.
Lula, em suas declarações, enfatizou a importância dos sindicatos como defensores dos direitos dos trabalhadores. Ele declarou: "Não há democracia sem sindicato forte. Porque o sindicato é efetivamente quem fala pelo trabalhador para tentar defender os seus direitos." Essa afirmação ecoa a relevância dos sindicatos como contrapartes essenciais na negociação de direitos e condições de trabalho justas em qualquer sociedade democrática.
O presidente brasileiro também mencionou sua preocupação com a crescente precarização do mercado de trabalho global, especialmente para aqueles que prestam serviços para plataformas digitais em um contexto de avanço da inteligência artificial. Para enfrentar esse desafio, ele anunciou a criação de uma mesa de negociação envolvendo o governo e empresários. "Essa mesa de negociação está para construir não apenas uma perspectiva de empregos decentes em função das plataformas que oferecem serviços precários, mas também porque queremos criar, quem sabe, um novo marco de funcionamento na relação entre capital e trabalho. Uma relação do Século 21, civilizada," afirmou Lula.
A iniciativa "Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras" visa promover a colaboração internacional na busca por soluções para os desafios enfrentados pelos trabalhadores em todo o mundo, com o intuito de construir uma sociedade mais justa e equitativa. O evento representa um passo importante em direção a uma maior proteção dos direitos dos trabalhadores e ao fortalecimento dos sindicatos como pilares fundamentais da democracia e do progresso social.
Ao unir esforços com os Estados Unidos e a OIT, o Brasil sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva reafirma seu compromisso com a promoção de um mercado de trabalho justo e o respeito aos direitos trabalhistas em nível global, enquanto avança em direção a um futuro mais inclusivo e sustentável para todos.
Biden exalta parceria com o Brasil e diz ter 'muita expectativa' pela liderança de Lula no G20
Durante o encontro bilateral histórico realizado nesta quarta-feira (20) em Nova York com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou sua satisfação em colaborar com o Brasil e elogiou o compromisso das duas maiores democracias do hemisfério ocidental em "promover o crescimento econômico inclusivo e defender os direitos humanos, incluindo os direitos dos trabalhadores".
Em conjunto, os países lançaram a iniciativa da "Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras", que tem como objetivo enfrentar desafios relacionados à precarização do mercado de trabalho global e promover o desenvolvimento inclusivo e sustentável. "É uma honra lançar essa nova parceria," declarou o presidente Biden.
Ele também expressou grande expectativa em relação à liderança do presidente Lula no G20, destacando o potencial de colaboração entre os dois líderes na busca por um mundo melhor. "Senhor presidente, obrigado por estar aqui hoje e espero continuarmos a trabalhar juntos para construir um mundo melhor durante sua presidência do G20. Eu tenho muita expectativa de trabalhar com o senhor neste sentido," afirmou Biden.
O presidente Lula, por sua vez, ressaltou a importância deste momento histórico e a necessidade de uma ação conjunta para proteger os direitos dos trabalhadores em um contexto global desafiador. Além disso, Lula também falou em um 'renascer' da relação Brasil-EUA: "esse encontro para mim é mais que uma bilateral, é o renascer de um novo tempo na relação Estados Unidos-Brasil. Uma relação de iguais, soberana, mas de interesses comuns em benefício do povo trabalhador".
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