Segurança Pública

Maria do Pó, Patroa do PCC e Dama do Crime: as mulheres que mandam no tráfico

O histórico criminoso delas descreve prisões e fugas


Reprodução Maria do Pó, Patroa do PCC e Dama do Crime: as mulheres que mandam no tráfico
Sonia Aparecida Rossi, conhecida como "Maria do Pó"; Elaine Souza Garcia e Simone Souza Simões, a "Dama do Crime"

A crescente influência de mulheres no comando do tráfico de drogas no Brasil inclui figuras de alto escalão procuradas internacionalmente, envolvidas em operações de grande porte e conexões com o crime organizado. Entre elas, está Sonia Aparecida Rossi, de 64 anos, conhecida como "Maria do Pó", foragida da Interpol desde 2018 e apontada como responsável pelo abastecimento de favelas em São Paulo com entorpecentes vindos da Bolívia. Com informaçõe do UOL. 

Sonia conseguiu escapar de uma força-tarefa do Ministério da Justiça em 2020, quando fugiu de um condomínio de luxo em Ciudad del Este, no Paraguai. Condenada a 33 anos de prisão por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, ela tem um longo histórico de fugas e embates com a polícia. Em 1999, foi flagrada em Campinas (SP) com 340 kg de cocaína, mas acabou liberada por policiais civis. Após ser presa novamente em fevereiro daquele ano, fugiu da Penitenciária Feminina do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, apenas um mês depois. Recapturada em abril de 2000, quando foi baleada no joelho durante confronto com agentes federais, conseguiu fugir mais uma vez em 2006 e, desde então, permanece foragida.

Outra figura de destaque é Elaine Souza Garcia, associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e envolvida em ataques violentos conhecidos como "domínio de cidades" ou "novo cangaço". Um vídeo anexado a uma investigação do Ministério Público mostra Elaine em um estande de tiro ao ar livre, disparando com precisão um fuzil equipado com mira telescópica sob a orientação de um CAC (Colecionador, Atirador e Caçador). O vídeo revela elogios à sua pontaria, com frases como "Atiradora de elite!" sendo captadas no áudio.

Elaine foi presa preventivamente em setembro de 2024, suspeita de manter conexões diretas com o PCC. Segundo o Ministério Público, diálogos interceptados indicam seu envolvimento em homicídios e no tráfico de drogas. A investigação aponta que ela exercia um papel de liderança dentro da organização criminosa, coordenando operações e lavagem de dinheiro.

Outra criminosa de destaque é Simone Souza Simões, conhecida como "Dama do Crime", presa recentemente em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai. Aos 43 anos, ela era procurada sob suspeita de liderar uma rede de tráfico entre os dois países. Investigadores apontam que, após fugir de São Paulo, Simone estruturou uma operação para o PCC em Ponta Porã. Com um mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Vara Criminal de São Vicente, ela responde a processos por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Simone já havia sido detida cinco anos atrás, mas escapou e passou a ser considerada foragida. Em 2020, sua atuação no tráfico da Baixada Santista levou a apreensões milionárias, incluindo R$ 40 mil em espécie, joias, celulares, carros de luxo e até uma barra de ouro. Os bens foram vinculados diretamente a suas atividades ilícitas, conforme apurações da polícia.

Seu marido, Jonas dos Santos Júnior, conhecido como "Pixote", também tem um histórico violento ligado ao PCC. Em 2006, ele invadiu uma delegacia em Cubatão (SP) e atirou contra policiais, em um dos diversos atentados coordenados pela facção criminosa contra forças de segurança. Condenado a mais de 40 anos de prisão em 2010, sua participação em ações violentas reforça os vínculos de Simone com o crime organizado.

As defesas das envolvidas não foram localizadas pela reportagem.

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