Política

Lula volta à Rússia para tentar acordo entre Putin e Zelensky

Brasil e China defendem solução política e negociação pela paz


Ricardo Stuckert/PR Lula volta à Rússia para tentar acordo entre Putin e Zelensky
Lula se reúne com Putin no Kremlin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a Moscou nesta quarta-feira (14), com o objetivo de intermediar um possível diálogo direto entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia. A passagem pela capital russa, quatro dias após sua última visita, é oficialmente classificada como uma parada técnica, mas pode representar um novo gesto diplomático do Brasil na busca por uma solução para o conflito que já se estende por mais de três anos.

Antes de deixar Pequim, na China, Lula declarou à imprensa que pretende telefonar para o presidente russo Vladimir Putin e sugerir que ele participe pessoalmente das negociações previstas para esta quinta-feira (15), em Istambul, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

"Quando eu parar em Moscou, vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada dizer: ‘Ô, companheiro Putin, vá até Istambul negociar, porra. Não custa nada’", disse Lula de maneira informal, sinalizando seu desejo de avançar com o processo de diálogo.

Segundo o presidente brasileiro, o pedido para interceder junto ao líder russo partiu do governo ucraniano, mais precisamente do vice-chefe do gabinete presidencial, Andrii Sibiha, que procurou o chanceler brasileiro Mauro Vieira.

Lula também mencionou que a solicitação foi reforçada durante um jantar com Putin, realizado na semana anterior, durante as comemorações do Dia da Vitória na Rússia. "O ministro Mauro Vieira me transmitiu um pedido do Zelensky, perguntando se Putin aceitaria conversar sobre a paz. Eu levei a mensagem ao Putin, e ele respondeu literalmente: ‘Eu topo discutir isso’", relatou Lula.

Até o momento, o Kremlin não confirmou se a conversa entre os dois líderes realmente ocorreu. “No momento, não posso dizer nada sobre isso. Se os contatos forem acordados, informaremos imediatamente”, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz de Putin, à imprensa russa.

A mídia local deu destaque ao retorno de Lula a Moscou, especulando sobre a possibilidade de uma ofensiva diplomática mais ampla por parte do Brasil. No entanto, o governo brasileiro mantém a versão de que a parada foi apenas para reabastecimento do avião presidencial.

Durante sua visita à China, Lula também discutiu amplamente o conflito na Ucrânia. Na terça-feira (13), Brasil e China divulgaram uma declaração conjunta reafirmando o diálogo como único caminho possível para uma solução duradoura e justa.

“Brasil e China avaliam positivamente os sinais recentes de disposição ao diálogo e esperam que as partes envolvidas possam chegar a um entendimento que permita o início de negociações frutíferas, levando em consideração as preocupações legítimas de todos. É necessário encontrar uma solução política para a crise em sua origem, com vistas a um acordo de paz duradouro, justo e vinculante para todas as partes”, diz o documento.

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