Política

Lula se reunirá com Xi Jinping na China em meio a tensões com os EUA

Visita discutirá tarifas dos EUA, projetos do PAC e Nova Rota da Seda. Passa antes por Moscou


Reprodução Lula se reunirá com Xi Jinping na China em meio a tensões com os EUA
Lula se reunirá com Xi Jinping na China em meio a tensões comerciais com os EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitará a China no próximo dia 13 de abril para um encontro bilateral com o presidente Xi Jinping. A viagem foi confirmada pelo assessor especial da Presidência, o embaixador Celso Amorim, que destacou que a agenda foi acertada antes do anúncio das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos chineses.

Embora a pauta oficial da reunião ainda não esteja totalmente definida, Amorim considera “natural” que o tema das tarifas americanas entre na discussão, diante da importância econômica da parceria sino-brasileira. “É o maior parceiro comercial do Brasil. O Brasil é o maior da América Latina para eles. São dois chefes de Estado, dois países importantes, membros dos Brics e parceiros em propostas de paz”, afirmou o assessor.

A visita de Estado está sendo organizada por Pequim e deve se concentrar em temas bilaterais. Inicialmente, havia expectativa de que a viagem coincidisse com o Fórum China-Celac, mas isso ainda não foi confirmado. Amorim assegurou, no entanto, que a ida de Lula está mantida independentemente da realização do fórum. “O importante é que o presidente Lula vai à China e fará a bilateral nessa data”, frisou.

Durante a estadia, o presidente brasileiro também deverá se reunir com outras autoridades chinesas. Segundo Amorim, há projetos em fase avançada de negociação, com possibilidade de anúncios concretos. Entre os temas de destaque, está a integração do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com a Iniciativa Cinturão e Rota — também conhecida como Nova Rota da Seda, proposta por Pequim para ampliar a infraestrutura global.

Em relação a um eventual acordo comercial entre China e Mercosul, Amorim afirmou que, por ora, o foco está nas relações bilaterais entre Brasil e China. Ele não descartou a possibilidade de negociações mais amplas no futuro, mas apontou “resistências em vários lugares” que dificultam um consenso imediato. Ainda assim, disse que avanços importantes podem ser alcançados.

Antes de desembarcar em Pequim, Lula participará, em Moscou, das celebrações pelo Dia da Vitória — que marca os 80 anos da derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. A convite do presidente russo Vladimir Putin, Lula terá uma agenda simbólica, mas também com espaço para discussões econômicas. “O Brasil é um país dos Brics e tem uma proposta de paz junto com a China para o conflito na Ucrânia”, ressaltou Amorim.

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