STF marca interrogatório de Bolsonaro e outros 7 réus por trama golpista
Sessões vão de 9 a 13 de junho, com depoimentos presenciais

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o início dos interrogatórios dos réus no processo que apura a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência após sua derrota nas eleições de 2022. As audiências presenciais terão início na próxima segunda-feira (9) e poderão se estender até sexta-feira (13), se necessário.
Os depoimentos ocorrerão na sala de audiências da 1ª Turma do STF, em Brasília. A única exceção será o ex-ministro Walter Braga Netto, que cumpre prisão preventiva no Rio de Janeiro e será ouvido por videoconferência.
O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada.
Ordem dos interrogatórios (após Mauro Cid):
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
As audiências estão previstas para acontecer das 14h às 20h. Todos os réus têm o direito constitucional de permanecer em silêncio.
Nesta segunda-feira (2), o STF concluiu a fase de oitivas das testemunhas de acusação e defesa, ouvindo 52 pessoas, entre militares, ex-assessores e autoridades do governo Bolsonaro.
Algumas testemunhas relataram a existência de uma reunião no Palácio da Alvorada na qual se discutiu uma possível ruptura democrática. Em um momento tenso, Moraes chegou a repreender um depoente e ameaçou prender o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo.
Acusações
Jair Bolsonaro e os demais réus são acusados de integrar uma organização criminosa que teria atuado para deslegitimar o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre as evidências reunidas estão trocas de mensagens, encontros com autoridades e a elaboração de um plano para questionar o processo eleitoral.
Bolsonaro nega as acusações e afirma que as investigações têm motivação política. Após os interrogatórios, as defesas deverão apresentar suas alegações finais.
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