Ingrid traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida…

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria mistura a dor e a alegria
O nome dela não é Maria. Seu sobrenome não tem Silva, nem Sousa.
Mas Ingrid Raquel Lima Vieira é uma mulher brasileira... Da cidade de Teresina, Piauí.
E bem que a música composta por Milton Nascimento e Fernando Brant poderia ser cantada em sua homenagem. Os mineiros fizeram esta canção que fala como ninguém sobre a luta, a resiliência e a força da mulher brasileira, principalmente da mulher negra. E Ingrid é uma delas.
A mãe de Ingrid, Fernanda de Jesus Lima, é faxineira.
O pai, Claudio Mendes Vieira, é vigia.
Ela tem um irmão, Lucas Lima Vieira, que é engenheiro agrimensor.

Ingrid nasceu na zona norte da capital piauiense, no bairro Aeroporto em 1995.
A mãe, dona Fernanda, conta que os filhos sempre "tiveram o gosto pelos estudos", mas nada foi fácil. Quando eles concluíram o ensino médio ela ouviu: "Agora eles devem trabalhar, pobre não tem como fazer faculdade".
Resiliente, ela afirmou: "filho de pobre se forma sim". E foi faxinar, lavar roupa, trabalhar honestamente e formar os filhos.
Ingrid fez toda sua vida estudantil em escola pública e, entre 2016 e 2021 graduou-se em enfermagem na Universidade Federal do Piauí.
Desde o ano passado radicou-se em Parnaíba onde faz residência em saúde da família na Universidade Federal do Delta do Parnaíba.
Paralelamente ao curso de residência, inscreveu-se no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS e foi aprovada. É um programa do Ministério da Saúde junto com o Hospital Sírio Libânes (e outros hospitais).
Num curso on line foi orientada pelos profissionais daquele hospital e depois, também com supervisão do Sírio Libanes, passou o mês de setembro passado na cidade de Parintins, Amazonas, fazendo atendimento à população ribeirinha e vulnerável.
Ingrid
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manhã,
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida…


Conheça mais sobre o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS:
O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, a iniciativa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.
Em 13 anos, os hospitais participantes do PROADI-SUS investiram cerca de R$ 7,9 bilhões de recursos próprios no SUS (valores correspondentes à imunidade aos tributos PIS, COFINS e Cota Patronal do INSS), com cerca de 750 projetos executados entre 2009-2022, com o objetivo de fortalecer o SUS por meio da transferência de sua expertise em temáticas de saúde.
Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil.
Sobre os projetos
Os projetos são executados dentro de triênios específicos. Até 2022, cerca de 750 projetos foram desenvolvidos para o fortalecimento da saúde pública, e muito outros continuam em desenvolvimento. Os temas relacionados são:
Na área de capacitação de recursos humanos, os hospitais desenvolvem projetos para qualificar a mão de obra do SUS em todo o Brasil em competências consideradas prioritárias pelo Ministério da Saúde. Por exemplo, são desenvolvidos cursos à distância e presenciais em atenção básica, atenção especializada, urgência e emergência, agravos urgentes como epidemias, atenção farmacêutica, gestão, entre outros. Tais cursos não são apenas de qualificação, sendo muitos também de formação;
Em pesquisas de interesse público, o PROADI-SUS tem sido um grande apoiador de iniciativas inéditas no Brasil. Várias questões em saúde estão sendo respondidas por meio de projetos desenvolvidos em áreas como urgências e emergências, cardiologia, transplantes, humanização da saúde, obesidade, entre outras, o que pode ser comprovado pelas dezenas de artigos científicos publicados em revistas internacionais de alto impacto e pela contribuição na criação e validação de diretrizes clínico-assistenciais. Além disso, o programa tem estimulado as linhas do Plano Nacional de Pesquisa Clínica para aumentar a competitividade do País no cenário internacional no que se refere ao desenvolvimento de pesquisa, geração de conhecimento e inovação;
Na área de estudos de avaliação e incorporação de tecnologias, são desenvolvidos projetos que amparam o Ministério da Saúde na tomada de decisão para incorporar determinadas tecnologias, com a elaboração de pareceres, estudos de custo-efetividade, diretrizes e protocolos, entre outros documentos que ajudam a regrar a operação do SUS;
Em desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde, os hospitais têm apoiado o Ministério da Saúde com ferramentas para otimização no uso de recursos, agilidade no atendimento, interiorização da saúde (como, por exemplo a ampliação do uso de telemedicina) e expansão da assistência. Muitas vezes, para otimizar recursos e esforços, os projetos combinam mais de uma dessas áreas. Uma iniciativa que envolve assistência de pacientes, por exemplo, pode testar diferentes estratégias, gerar informações para tomada de decisão e capacitar os profissionais envolvidos;
Além das iniciativas de capacitação, pesquisa e avaliação de tecnologias, projetos assistenciais podem ser desenvolvidos abrangendo até 30% do total de recursos provenientes do PROADI-SUS. Costumeiramente, tais projetos envolvem a competência assistencial dos hospitais para atender casos em que o SUS necessita de oferta complementar, como transplantes e cirurgias cardíacas, entre outros procedimentos de alta complexidade.
A história da música Maria Maria
A canção Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant, é o retrato de um Brasil.
Em 1976, os dois artistas se uniram, para a produção do primeiro espetáculo do Grupo Corpo, importante grupo de dança mineiro. O espetáculo – que falava sobre a figura dessa mulher brasileira batalhadora – chamava Maria, Maria e contava com roteiro de Fernando Brant, música de Milton Nascimento e coreografia de Oscar Araiz, tendo ficado em cartaz por 10 anos e passado por 14 países.
A princípio, a canção não tinha letra: era apenas a voz de Milton cantando uma bela melodia em cima da harmonia composta por ele. Só depois, inspirado pela história do espetáculo e também por uma mulher real que vivia na beira dos trilhos da cidade onde cresceu – Diamantina, no interior mineiro – que Fernando Brant compôs a letra.
Apesar da situação de vulnerabilidade, a mulher fazia de tudo pelos filhos, inclusive insistir que continuassem na escola para que tivessem um futuro melhor que o dela.
Maria, Maria traduz como poucas músicas a força da mulher brasileira, principalmente da mulher negra brasileira. É uma canção sobre resiliência, entrega, força, coragem, batalha, fé, sonhos.
A música com letra entrou para o disco Clube da Esquina 2, de 1978. Dois anos depois, em 1980, Elis Regina gravou a canção, com muito sucesso, no álbum Saudade do Brasil.
Elis, por sua vez, dizia:
“Se Deus canta, ele tem a voz de Milton Nascimento”.
Maria, Maria tornou-se um hino do universo feminino, principalmente depois de regravada na voz de Elis.
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