Política

Grupo de extermínio cobrava R$ 250 mil para espionar ministros do STF

PF desarticula organização criminosa formada por civis e militares acusada de espionagem e homicídios sob encomenda


Reprodução Grupo de extermínio cobrava R$ 250 mil para espionar ministros do STF
Grupo de extermínio cobrava R$ 250 mil para espionar ministros do STF

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (28) uma operação para desarticular uma organização criminosa composta por civis e militares — da ativa e da reserva — suspeita de atuar com espionagem e assassinatos por encomenda. Segundo a investigação, o grupo, que se autodenominava "Comando C4" — sigla para “Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos” — estabelecia uma tabela de preços para vigiar autoridades e planejar execuções.

A quadrilha cobrava R$ 250 mil para espionar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), R$ 150 mil no caso de senadores, R$ 100 mil para deputados e R$ 50 mil para pessoas comuns. Entre os alvos de vigilância estariam ministros do STF e parlamentares federais.

A investigação teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, de 53 anos, ocorrido em 5 de dezembro de 2023, em Cuiabá (MT). Zampieri foi morto com dez tiros enquanto saía de seu escritório. Um homem de boné teria se aproximado do veículo e efetuado os disparos pela janela do passageiro.

No celular da vítima, a PF encontrou mensagens que indicam possíveis negociações de sentenças judiciais, incluindo conversas com gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também foram apreendidos documentos com tabelas de preços para execuções e anotações manuscritas com nomes de autoridades.

A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF, e cumpre cinco mandados de prisão, quatro ordens de monitoramento eletrônico e seis mandados de busca e apreensão. Os alvos estão localizados nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.

Entre os nomes citados estão o produtor rural Aníbal Manoel Laurindo, apontado como mandante do crime; o coronel Luiz Cacadini, suspeito de financiar as ações do grupo; Antônio Gomes da Silva, suposto executor do homicídio; Hedilerson Barbosa, que teria intermediado o crime e fornecido a arma usada no assassinato; e Gilberto Louzada da Silva.

Os investigados que não foram presos estão sujeitos a medidas cautelares, como recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com outros envolvidos e entrega dos passaportes. As atribuições de mandante, financiador, atirador e intermediador foram determinadas pela Polícia Civil de Mato Grosso no curso do inquérito que culminou com o indiciamento do grupo em 2024.

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