Grupo de Boulos vence disputa no PSOL, e partido apoiará governo Lula
Entendimento do deputado eleito é o de que o partido deve disputar internamente os espaços para puxar a agenda do país para a esquerda

Em votação do Diretório Nacional do PSOL neste sábado (17), o grupo liderado pelo deputado federal eleito Guilherme Boulos (SP) saiu vencedor e o partido fará parte da base de apoio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O triunfo foi sobre ala liderada por Sâmia Bomfim (SP), que defendia que a sigla permanecesse independente em relação ao governo federal.
Um dos pontos que o grupo da deputada federal apoiava era o de que o governo não tivesse cargos na gestão petista, que acabou sendo aprovado como parte da resolução vencedora. O grupo da parlamentar retirou de votação a resolução que defendia.
A decisão aconteceu em uma primeira votação na tarde deste sábado. Uma segunda votação, em que a tendência é que o resultado se repita, definirá se o apoio também acontecerá no Congresso.
Sobre cargos, a resolução destaca que vai aceitar que a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP), que foi indicada pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas) para comandar o Ministério dos Povos Originários, assuma a pasta.
"A eventual presença nesses espaços não representa participação do PSOL", diz a resolução aprovada.
Em casos como o dela, a resolução define que os convidados terão de deixar seus cargos na direção do PSOL, como acontece em outras legendas, como o próprio PT.
O argumento da ala de Boulos e Juliano Medeiros, presidente do PSOL, é o de que é possível que a legenda mantenha a autonomia mesmo integrando a base partidária do governo, disputando internamente os espaços para puxar a agenda do país para a esquerda.
Em entrevista à coluna Mônica Bergamo no começo de dezembro, Sâmia dizia que seu entendimento era o de que o partido deveria permanecer fora do governo para poder vocalizar pautas que não têm espaço com outras legendas com as quais o PT se aliou para conseguir vencer Jair Bolsonaro (PL).
A posição também tinha apoio dos deputados federais Glauber Braga (RJ) e Fernanda Melchionna (RS).
Com informações da Folha de S.Paulo
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