Fuzis, 12 granadas e veneno: as armas que seriam usadas para matar Lula, Moraes e Alckmin
Documentos apreendidos pela Polícia Federal revelaram o plano detalhado dos bolsonaristas

Para concretizar o plano golpista em dezembro de 2022, os militares do grupo conhecido como “kids pretos” estavam equipados com um arsenal pesado destinado a eliminar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Documentos apreendidos pela Polícia Federal revelaram os detalhes do plano dos bolsonaristas. Além de armamentos pesados como uma metralhadora, fuzis e 12 granadas, eles também consideraram a possibilidade de envenenar o presidente eleito com uma substância capaz de causar um “colapso orgânico”.
Os arquivos, encontrados no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, permitiram a identificação de quatro militares e um policial federal envolvidos na trama. Após o envio de representação ao STF, os golpistas foram presos na terça-feira (19).
Entre os detidos estão os militares Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mário Fernandes. O policial federal Wladimir Matos Soares, o quinto detido, fazia parte da segurança pessoal de Lula e repassava informações sobre os deslocamentos do petista para os membros do grupo, que eram os alvos da conspiração.
De acordo com a Polícia Federal, os golpistas não só discutiram como executar os atentados, mas também elaboraram uma lista de equipamentos bélicos necessários para a realização dos ataques.
- Uma metralhadora Mtr M249;
- Um lança-granadas;
- Um lança-rojão;
- Seis coletes à prova de balas;
- Rádios de baixa frequência;
- Seis celulares descartáveis;
- Quatro pistolas e fuzis;
- Munição não rastreável;
- Doze granadas.
O lança-rojão, por exemplo, é descrito nos documentos como um “lançador de foguetes antitanque, utilizado pelas forças armadas para neutralizar veículos blindados e estruturas fortificadas”. A Polícia Federal (PF) destacou que o arsenal mencionado remete a “armamentos de guerra comumente empregados por grupos de combate”.
Além disso, os golpistas contavam com veículos modelo SUV para a execução do crime, todos com placas oficiais, sendo que um deles era blindado. No entanto, as investigações da PF não conseguiram identificar a origem exata desses equipamentos.
Os documentos apreendidos indicam que o grupo planejava um período de duas semanas para preparar o atentado e estimava que a execução do crime duraria cerca de oito horas. A PF também encontrou evidências de que os militares haviam adotado esse mesmo planejamento em uma tentativa frustrada de sequestrar o ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.
Na ocasião, os golpistas haviam se posicionado em locais estratégicos em Brasília, nas proximidades do STF e da residência de Moraes. Porém, o plano foi abortado quando o julgamento no STF foi encerrado de forma antecipada, alterando a rotina do ministro e frustrando a ação do grupo.
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