Educação

"Este processo não é de agora", diz presidente da ADUFPI sobre a universidade

IES percorre um longo caminho de desmonte a partir da PEC do Corte de Gastos, aprovada no governo Temer, em 2016.


UFPI "Este processo não é de agora", diz presidente da ADUFPI sobre a universidade
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A Universidade Federal do Piauí (UFPI) anunciou que foi impactada por um contingenciamento do orçamento discricionário da instituição no valor de R4 14,9 milhões, o que, de acordo com a IES, representa uma redução de 12% no orçamento.

As condições do local, porém, não começaram a se degradar agora, de acordo com a presidente da Associação dos Docentes da UFPI (ADUFPI), professora Maria Escolástica para o pensarpiauí.

“Este processo não é de agora, estamos falando de uma política de austeridade que estamos enfrentando já há bastante tempo. Ela foi agravada com a PEC 95 de 2016, que congelou os as despesas por 20 anos, no governo Temer, que levou a sucessivos cortes nas áreas sociais e as universidades foram diretamente impactadas. Nós sentimos isso no cotidiano, com a deterioração dos prédios, fornecimento de internet”, disse Escolástica.

Receio

De acordo com a professora, o sindicato recebeu a notícia com receio, a começar pelo diálogo inexistente com a reitoria, afinal, os docentes só souberam sobre o contingenciamento através da nota publicada pela IES nas redes sociais.

“A Adufpi recebeu com muita preocupação esta notícia. Nós recebemos a informação como toda a sociedade, pela nota que a administração superior da UFPI publicou sobre o contingenciamento de R$ 14,9 milhões que equivalem a 12% do orçamento da universidade. Nós entendemos que esse contingenciamento/corte pode ou não ser devolvido, é uma parte importante do orçamento, destinado as despesas discricionárias, como água, luz, a manutenção da universidade, muito importante para o funcionamento da universidade”, reiterou.

Próximos passos

Agora a ADUFPI aguarda a assembleia do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). A reunião deve organizar um plano de lutas estruturado nacionalmente.

“Deixa uma incerteza muito grande, a universidade tem despesas já certas, contratos a honrar. Não ter certeza se este orçamento será recomposto ou não, causa muita insegurança. A nossa defesa é da qualidade da educação pública. A qualidade do ensino, pesquisa e extensão passa inegociavelmente pelo orçamento e nós precisamos ter garantido que os laboratórios vão funcionar, que os projetos serão executados, que os estudantes terão bolsa para que a universidade possa dar o retorno que ela se propõe.”, finalizou.

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