Política

Efeito Lula: Brasil avança 5 posições em ranking de desenvolvimento humano (IDH)

Índice considera dados de 2023 de educação, renda e saúde


Reprodução Efeito Lula: Brasil avança 5 posições em ranking de desenvolvimento humano (IDH)
Os dados são referentes ao primeiro ano do governo Lula (2023)

O Brasil subiu cinco posições no ranking global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), alcançando o 84º lugar, de acordo com relatório revelado nesta terça-feira, informa a jornalista Thaís Barcellos em reportagem publicada no jornal O Globo.

O novo relatório, que usa dados de 2023, diz que o país chegou a um IDH de 0,786, considerado "alto" pela ONU, superando a média da América Latina e Caribe (0,783) Em 2022, o Brasil ocupava a 89ª posição com um índice de 0,760. Os maiores avanços vieram das áreas de saúde e renda, enquanto os indicadores de educação continuam estagnados.

O ranking, que avalia o bem-estar da população por meio de dados de renda per capita, expectativa de vida e anos de escolaridade, mostra que o Brasil ainda está atrás de países como Chile (45º), Argentina (47º), Uruguai (48º), Peru (79º) e Colômbia (83º). O líder do ranking é a Islândia, com um IDH de 0,972, seguida por Noruega e Suíça, empatadas na segunda colocação com 0,970.

O Pnud destaca que o avanço brasileiro se deve, em parte, à recuperação do mercado de trabalho e à reversão dos impactos da pandemia sobre a saúde pública. A taxa de desemprego no Brasil está entre as mais baixas da série histórica, resultado do aumento da formalização. Na saúde, o país conseguiu mitigar os efeitos mais graves da crise sanitária que atingiu seu ponto máximo entre 2020 e 2021.

“O progresso que vimos em países como o Brasil é encorajador, especialmente num cenário global em que o crescimento do IDH desacelera”, disse o administrador do Pnud, Achim Steiner.

Referindo-se à situação mundial, o relatório alerta para uma “desaceleração sem precedentes” do IDH global, que em 2023 registrou o menor crescimento de sua história, desconsiderando os anos da pandemia. Segundo Pedro Conceição, diretor do relatório, a expectativa de vida — principal variável que justifica a estagnação — vinha aumentando três meses por ano antes da covid-19. Agora, o ritmo caiu pela metade.

“Vivemos em um mundo com mais conflitos, sejam econômicos, guerras civis ou guerras entre nações”, afirmou Steiner. “Há um enorme montante de disrupção no que está acontecendo. Não é só uma desaceleração no crescimento econômico, é também uma recuperação indeterminada pós covid.”

O Pnud também observa que os países com menores índices de desenvolvimento estão sendo deixados para trás, fenômeno que se repete pelo quarto ano consecutivo. “Nós vemos essa tendência de divergência com os países com IDH menor sendo deixados para trás”, destacou Conceição.

Entre os fatores que comprometem os caminhos tradicionais para o desenvolvimento, o relatório menciona as tensões comerciais agravadas por políticas protecionistas, como as tarifas impostas recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora não tenha citado diretamente o “tarifaço” americano, Steiner comentou: “Essa tendência que vimos nos primeiros meses deste ano está colocando toda a economia global, o sistema de comércio, o sistema financeiro, em um período de incerteza”.

Em meio a esse cenário desafiador, o relatório destaca a Inteligência Artificial (IA) como uma possível alavanca para o desenvolvimento humano. Segundo uma pesquisa realizada em 21 países e apresentada no documento, cerca de 20% da população já utiliza IA, enquanto 60% esperam impactos positivos da tecnologia, principalmente em países com IDH médio ou baixo — onde esse otimismo sobe para 70%.

“Com as políticas certas e foco nas pessoas, a IA pode ser uma ponte crucial para novos conhecimentos, habilidades e ideias que podem capacitar todos, desde agricultores até pequenos empresários”, defendeu Conceição.

O relatório do Pnud reforça a urgência de estratégias inovadoras e inclusivas para que o desenvolvimento humano continue avançando de forma equitativa. Para o Brasil, os resultados de 2023 são um sinal de recuperação e também um chamado à atenção para a necessidade de investimentos mais robustos na área educacional, ainda o principal gargalo no caminho rumo a um IDH mais elevado.

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