Educação em tempo integral
A Educação em Tempo Integral (ou Escola de Tempo Integral) é uma proposta contemporânea que, alinhada as demandas do século XXI, tem como objetivo a formação de sujeitos críticos, reflexivos, autônomos e, socialmente, responsáveis. Nesse sentido, a escola se transforma num espaço essencial para assegurar que todos tenham garantida uma formação integral e efetiva.
No Brasil, os projetos de Educação em Tempo Integral foram desenvolvidos por Anísio Teixeira (1950) e Darcy Ribeiro (1980), estimulando diferentes experiências educacionais no país. Trata-se de uma concepção que compreende a educação como garantia legal para o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural – se constituindo em projeto coletivo inclusivo para as crianças, os jovens, as famílias, os profissionais da educação e as comunidades locais.
O modelo de Educação de Tempo Integral assume o papel de articulador da pluralidade de experiências sociais e educativas que os estudantes e os profissionais da educação vivenciam dentro e fora da escola, a partir de uma intencionalidade explícita que favoreça as aprendizagens significativas, para o desenvolvimento integral de todos. Cuja formação inicial e continuada dos profissionais da educação, a integração de monitores e novos atores na equipe de trabalho nas escolas são essenciais, visando a efetividade do modelo.
A implementação da política educacional da Educação de Tempo Integral urge, inicialmente, a superação de alguns obstáculos. Dentre eles estão: adequar a infraestrutura das escolas; elaborar a política estadual de educação em tempo integral; estabelecer a formação continuada dos profissionais da educação; principalmente, mobilizar, informar, sensibilizar e garantir a participação da sociedade civil em todo o processo de transição e execução.
Na proposta do governo Luiz Inácio Lula da Silva de implementar a Educação de Tempo Integral em todo o Brasil, o Piauí pode inovar e se destacar junto ao Ministério da Educação (MEC), aplicando a pedagogia do amor e os princípios da filosofia estoica nas escolas da rede estadual, além de criar o centro de referência em educação integral.
Porém, a concepção da proposta de Educação Integral só produz resultados positivos e a aceitação social quando é entendida e reconhecida por todos os agentes envolvidos (profissionais, famílias e estudantes) no processo formativo das crianças, jovens e adultos dentro do espaço escolar.
Numa perspectiva de Paulo Freire (1996), esse tipo de proposta somente será revolucionária se for capaz de transformar os profissionais da educação, estimular as crianças e adolescentes a desenvolverem as suas capacidades emocional e cognitiva, a competência moral, ética, emocional e, também, a competência da prática.
No contexto de Educação de Tempo Integral, a escola torna-se um espaço essencial para assegurar a todos a formação integral. Mas, não se trata simplesmente de ampliar a jornada escolar, ofertar ou não novas disciplinas no currículo. É uma concepção que compreende que a educação deve garantir o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões da vida.
Portanto, a Educação de Tempo Integral é oportuna e desafiadora. É inclusiva, reconhece a singularidade dos sujeitos e as suas múltiplas identidades, ancorada na construção de um projeto educativo com um viés coletivo, que se compromete com a sustentabilidade, a participação social, a equidade e confere centralidade aos estudantes em todo o processo educativo dentro da escola.
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