Educação

Candidatos são desclassificados do Enem por usarem aparelhos para monitorar doenças

Jovem informou doença durante inscrição


Reprodução Candidatos são desclassificados do Enem por usarem aparelhos para monitorar doenças
Candidatos são desclassificados do Enem por usarem aparelhos para monitorar doenças

Dois estudantes enfrentaram situações constrangedoras e desrespeitosas durante a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ambas ligadas a condições de saúde. O primeiro caso envolveu um jovem de 17 anos com diabetes tipo 1, que foi retirado da sala de provas após o sensor de glicose disparar um alarme. O pai do estudante, Rudnei Noro, denunciou o ocorrido nas redes sociais, lamentando que o filho, que havia informado sua condição na inscrição, foi tratado de maneira humilhante ao ser retirado da sala, por “perturbar os demais alunos”, devido ao alarme do dispositivo. O pai criticou a falta de compreensão e adaptabilidade nas situações envolvendo necessidades especiais.

O Instituto Diabetes Brasil recomendou que a família registrasse um boletim de ocorrência, e a família considera a situação um exemplo da falta de inclusão real nos exames. O Ministério da Educação (MEC), por meio do Inep, informou que dispositivos de medição de glicose podem ser usados por candidatos com diabetes, desde que estejam em envelopes específicos, mas a aplicação do exame e as adaptações necessárias foram questionadas pela família.

Em outro caso, uma mulher de 49 anos, portadora de uma doença rara e com dor crônica na coluna, também teve sua prova interrompida. Iranilde Rodrigues de Sousa foi desclassificada após o uso de um neuroestimulador medular, que ela utilizava para controlar a dor, ser negado pela organização do exame. Embora ela tenha informado a necessidade do aparelho durante a inscrição e mostrado os documentos médicos, os fiscais insistiram que ela deveria deixar o dispositivo desligado. Sem alternativa para controlar suas dores intensas, Iranilde foi removida da sala de provas. O caso gerou grande indignação, pois ela já tinha sido autorizada, via inscrição, a utilizar o aparelho, mas a falta de flexibilidade no exame levou à sua desclassificação.

Ambos os casos evidenciam a necessidade de maior respeito e adaptações para pessoas com condições de saúde especiais em ambientes de avaliação, e as vítimas buscaram suporte jurídico e médico para lidar com os impactos dessas situações.

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