Brasil sofre ataque orquestrado da Internacional Fascista, diz cientista político
Objetivo é salvar Jair Bolsonaro, diz Christian Lynch
O cientista político Christian Lynch avalia que o Brasil está sendo atacado neste momento pela Internacional Fascista, rede de extrema-direita que tem Elon Musk, dono do X, como um de seus protagonistas. "O Brasil está sofrendo um ataque orquestrado da internacional fascista, através do Orban, Netanyahu e Elon Musk. Nosso país é precioso para o seu projeto ditatorial: ela já o teve na mão e o perdeu na eleição de 22 e no golpe fracassado de 8/1. Está fazendo o que pode para subverter mais uma vez nossa democracia. Tenta jogar o sistema político contra o STF para salvar Bolsonaro e deixá-lo no jogo. Nada de ingenuidade nesse momento", escreveu Lynch, nas redes sociais.
Ontem, o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), disparou ataques verbais ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e anunciou que a plataforma pode fechar no Brasil.
Segundo Musk, que é de extrema direita, o X seria alvo de "censura agressiva" no Brasil. Ele divulgava o caso dos chamados "Arquivos Twitter", uma série de documentos acusando Moraes de "minar a democracia" por meio de suas decisões contra bolsonaristas envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
O bilionário disse em uma postagem no X que "Esta censura agressiva parece violar a lei e a vontade do povo do Brasil", acrescentando:
"Estamos levantando todas as restrições. Este juiz aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá. Mas os princípios são mais importantes do que o lucro".
Advocacia Geral da União
Neste sábado, o ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, expressou a necessidade urgente de regulamentação das redes sociais. Suas declarações ocorreram em resposta aos desafios públicos feitos pelo empresário Elon Musk às determinações do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Messias ressaltou que não é aceitável que bilionários estrangeiros tenham controle sobre essas plataformas, infringindo o Estado de Direito e desrespeitando ordens judiciais, o que ameaça a estabilidade social.
SECOM/Presidência da República do Brasil
João Brant, Secretário de políticas digitais defende a regulação das redes sociais. Ontem, ele escreveu:
A atitude de Elon Musk evidencia seu desprezo pela justiça brasileira. Responde politicamente ao buzz dos últimos dias requentando decisões antigas e aproveita para fazer agitação e propaganda de extrema direita. É claro que pode haver opiniões diferentes sobre as decisões do STF e do TSE, mas não é disso que se trata. Musk resolveu defender golpistas e escalar o tema por motivos políticos (possivelmente também comerciais), provavelmente antecipando o descumprimento da resolução do TSE para as eleições 2024.
Curiosamente, o Twitter tinha até o início de 2023 o melhor termo de uso em relação a eleições. Se eles cumprissem as próprias regras, provavelmente parte do conteúdo removido pela justiça teria sido removido antes pela própria empresa. Tivemos oportunidade de falar isso diretamente ao Musk na reunião que o governo brasileiro realizou com ele dia 12/01/2023. Naquela data, ele fez questionamentos sobre as decisões de Moraes. Reforçamos naquele momento a importância das ações do TSE e STF em proteger a democracia brasileira. Mas evidentemente isso não era, e segue não sendo, relevante para o bilionário dono desta plataforma.
Partido dos Trabalhadores
A deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) lançou duras críticas, na noite deste sábado (4), ao empresário Elon Musk em um tweet contundente. A líder política reagiu às declarações de Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), que disparou ataques verbais ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ameaçou o fechamento da plataforma no Brasil.
Em sua mensagem, Gleisi classificou como "patético" o comportamento de Musk em relação aos acontecimentos recentes envolvendo o Poder Judiciário brasileiro e ressaltou a gravidade das insinuações do empresário sobre a existência de censura no Brasil, contrastando-as com a permissividade da rede social em relação a discursos de ódio e disseminação de notícias falsas.
"Patético é o menor dos adjetivos para descrever a resposta de Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes, inflamando a extrema-direita ao insinuar que há censura no Brasil, ao mesmo tempo que sua rede permite discursos de ódio e propagação em larga escala de notícias falsas. Enquanto tentarem enfraquecer democracias nós vamos resistir. E exigir que ninguém seja anistiado!", escreveu Gleisi.
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