Brasil assume presidência dos Brics
Bloco econômico está em ampla expansão e com políticas voltadas para a sustentabilidade

A partir desta quarta-feira (1º), o Brasil assume a presidência do BRICS, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos membros como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã.
Sob a liderança do presidente Lula, o país busca reforçar sua presença no cenário internacional e vai priorizar temas como meio ambiente, inteligência artificial e a promoção de um comércio mais integrado.
Agenda estratégica
Sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", o Brasil definiu cinco eixos prioritários para sua presidência:
- Facilitação do comércio e investimentos: Foco em novos meios de pagamento para reduzir a dependência do dólar.
- Governança responsável da Inteligência Artificial: Busca de regulamentações inclusivas.
- Financiamento climático: Criação de estruturas robustas para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
- Cooperação Sul-Sul: Projetos voltados para saúde pública e redução de desigualdades.
- Fortalecimento institucional do BRICS: Reforçando a representatividade e eficiência do bloco.
Decisões de Kazan e expansão
A cúpula de 2024 em Kazan, na Rússia, estabeleceu a entrada de novos membros e consolidou o plano de criar uma categoria de parceiros, com status inferior ao de membros plenos.
Países como Cuba, Turquia, Tailândia, Nigéria e Argélia estão entre os cotados para essa nova estrutura. A expansão reflete a busca por maior representatividade do Sul Global, mas também intensifica o debate sobre o equilíbrio de poder geopolítico, especialmente entre China, Rússia e as potências ocidentais.
Conexão com a COP30 e sustentabilidade
Com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil, em Belém, no segundo semestre de 2025, o governo planeja concentrar as atividades do BRICS no primeiro semestre.
O encontro anual de chefes de Estado do bloco está marcado para julho, no Rio de Janeiro, reforçando o papel do Brasil como um líder global em questões climáticas.
Desafios e tensões
A presidência brasileira ocorre em um cenário de tensões comerciais, especialmente com os Estados Unidos. O presidente eleito Donald Trump ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos dos países do BRICS caso a substituição do dólar avance.
A pauta, que inclui o uso de moedas alternativas em transações comerciais, é liderada por Lula e reflete uma estratégia para reduzir a vulnerabilidade econômica às flutuações do dólar.
Protagonismo geopolítico
Com mais de 100 reuniões previstas entre fevereiro e julho em Brasília, o Brasil busca fortalecer o BRICS como um pilar de governança global inclusiva.
A agenda de Lula reforça a importância do bloco não apenas como um ator econômico, mas também como um mecanismo para promover a sustentabilidade e a cooperação entre economias emergentes.
Deixe sua opinião: