Bolsonaro é o grande responsável pela tragédia
O alerta dos especialistas, há três ou quatro semanas, se confirma a cada dia que passa, com aceleração exponencial do número de casos e mortes por Covid-19 no Brasil, mas o quadro é ainda mais preocupante, pois se testemunha que não estão seguindo as orientações de isolamento social. Esse cenário é especialmente visível nas áreas metropolitanas mais atingidas, com colapsos nos sistemas de atendimento e hospitalares, à beira dos 100% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) ocupados.
É o que se vê, por exemplo, em Manaus (AM), São Paulo, Rio de Janeiro, São Luís (MA), Fortaleza (CE), Recife (PE), etc. Em algumas dessas regiões, senão todas, o colapso chegou aos sistemas funerários, sem estrutura para enfrentar situações, como ter que recolher, horas ou dias depois dos óbitos, corpos em residências, abrir valas comuns, com retroescavadeiras, para enterrar centenas de caixões, sem velório nem despedida. Enquanto isso, os focos de contaminação se intensificam por todos os lugares.
Usar máscaras se transformou em questão de sobrevivência. Mas a doença se espalha pelos municípios do interior do País. Portanto, há um panorama de calamidade pública, que se agrava em função de vários aspectos, sobretudo a situação social caracterizada por quase 14 milhões de pessoas morando em favelas. Sem serviços de saneamento básico, como abastecimento d’água tratada e esgotamento sanitário, esses contingentes populacionais estão, mais do que nunca, vulneráveis, no momento de pandemia.
32,2 milhões sem água
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 32,2 milhões de brasileiros não têm acesso à água encanada, mais um agravante nessa conjuntura de crise provocada pelo novo coronavírus. E o próprio secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, acabou de ratificar que o País está apenas entrando no período mais crítico da epidemia. Não se sabe quando nem como a nação sairá disso tudo. Os prognósticos para as próximas semanas ou próximos meses são muito desanimadores.
Como se viu, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) encaminhou ofício ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), considerando “urgente a adoção de medidas rígidas de distanciamento social e de ações de lockdown no estado do Rio de Janeiro, em particular na região metropolitana”. Tudo indica que o mesmo caso se faz necessário nas grandes São Paulo, Belém, Manaus, São Luís e Fortaleza, por enquanto. Diante do caos iminente, a população acompanha, perplexa, as ações do governo federal, todas falíveis ou inadequadas.
O Estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), depois de analisar políticas nacionais para o enfrentamento do novo coronavírus, concluiu que o presidente Jair Bolsonaro é o maior exemplo de desobediência às recomendações de isolamento social. Portanto, Bolsonaro é evidentemente o maior responsável pela grande tragédia que se abateu sobre o Brasil, que não tomou as medidas que deveria ter tomado, para minimizar o infinito sofrimento, número de óbitos e casos.
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