Política

Ato de Bolsonaro em Copacabana fracassa e evidencia isolamento político do ex-presidente

Ato flopa e reúne poucos apoiadores em Copacabana


Video G1 Ato de Bolsonaro em Copacabana fracassa e evidencia isolamento político do ex-presidente
O ato de Bolsonaro hoje em Copacabana flopou

Marcado para começar às 10h deste domingo (16), o ato "Anistia Já", convocado por Jair Bolsonaro na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, teve baixa adesão e ficou muito aquém das expectativas anunciadas pelo ex-presidente. A manifestação, promovida como um grande movimento popular contra o que os bolsonaristas chamam de “ditadura do Judiciário”, não conseguiu mobilizar nem mesmo o núcleo duro do bolsonarismo, revelando o esvaziamento do apoio popular ao ex-mandatário.

A transmissão oficial, prometida para as 9h45 no canal do pastor Silas Malafaia no YouTube, só foi ao ar às 10h40, quando o ato já havia começado. A chegada de Bolsonaro ao local sequer foi exibida pela live oficial e acabou registrada apenas por outros canais da ultradireita nas redes. As imagens, no entanto, mostravam um cenário que o próprio Bolsonaro temia: a manifestação flopou. Nem mesmo três quadras de Copacabana foram completamente ocupadas, e havia visíveis espaços vazios ao redor do trio elétrico reservado aos discursos.

O ex-presidente havia dito que esperava reunir ao menos 400 mil apoiadores, número que serviria, segundo ele, para produzir uma "fotografia" capaz de mostrar ao mundo que está sendo perseguido politicamente. Mas a imagem registrada foi bem diferente: dispersão, baixa adesão e ausência de lideranças políticas de peso.

Entre os principais ausentes estavam Michelle Bolsonaro, que alegou repouso após um procedimento estético, e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que permanece nos Estados Unidos por temer ter o passaporte cassado caso retorne ao Brasil. Também não compareceram figuras conhecidas do bolsonarismo, como Marcel Van Hattem (Novo-RS), Carol de Toni (PL-SC) e Pablo Marçal (PRTB).

Mesmo com o tom de frustração, os manifestantes presentes carregavam bandeiras do Brasil e cartazes com frases como “Anistia Já” e “Liberdade para os presos políticos”. O ex-ministro Gilson Machado foi o primeiro a discursar, seguido por Malafaia, que atacou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) e, em especial, o ministro Alexandre de Moraes.

Além de Bolsonaro, o evento contou com a presença dos governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Tarcísio de Freitas (São Paulo), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Mauro Mendes (Mato Grosso). No entanto, nem a presença dos governadores foi capaz de alterar o cenário de fracasso do ato.

A tentativa de Bolsonaro com a manifestação era reforçar o discurso de perseguição judicial e angariar apoio popular para um eventual projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Contudo, o ato evidenciou seu crescente isolamento político e a dificuldade em mobilizar massas como fazia no passado.

O ato ocorre num momento crítico para o ex-presidente. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal marcou para o próximo dia 25 de março o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa com objetivo de promover um golpe de Estado e invalidar o resultado das eleições de 2022. Caso seja condenado por todos os crimes apontados, ele poderá enfrentar penas que variam de 12 a mais de 40 anos de prisão.

A defesa de Bolsonaro alega que não há provas contundentes contra ele e reclama da celeridade no andamento do processo. Inelegível até 2030 por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político, Bolsonaro tenta agora evitar um desfecho ainda mais drástico: a prisão.

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