"A cocaína não é mais prejudicial que o uísque", diz Gustavo Petro

Durante um conselho de ministros transmitido ao vivo pela televisão colombiana na última terça-feira (4), o presidente Gustavo Petro fez declarações polêmicas sobre a política antidrogas, questionando a ilegalidade da cocaína. De acordo com o Infobae, Petro afirmou que "a cocaína não é mais prejudicial que o uísque" e sugeriu que a proibição da substância estaria mais relacionada a interesses geopolíticos do que aos impactos na saúde pública.

O presidente colombiano argumentou que drogas como o fentanil, responsável por uma grave crise de saúde pública nos Estados Unidos, não enfrentam as mesmas restrições que a cocaína. "A cocaína é ilegal porque é produzida na América Latina, não porque seja mais prejudicial que o uísque. Isso os cientistas analisam", declarou Petro, destacando que a política antidrogas global favorece os interesses de potências econômicas específicas.

As declarações geraram reações imediatas, tanto dentro quanto fora da Colômbia. Defensores da legalização das drogas manifestaram apoio às palavras de Petro, enquanto críticos consideraram inadequada a comparação entre a cocaína e o uísque, argumentando que isso poderia prejudicar a imagem do país no cenário internacional.

Além de comparar a cocaína ao uísque, Petro reforçou sua visão de que a legalização da substância poderia ser um caminho para enfraquecer o narcotráfico global. "O negócio se desmantelaria facilmente se a cocaína fosse legalizada no mundo. Seria vendida como os vinhos", afirmou o presidente. Ele argumentou que a proibição apenas fortalece as organizações criminosas e perpetua a violência associada ao tráfico. Petro também sugeriu que os recursos gerados pela regulamentação poderiam ser direcionados para campanhas de prevenção ao consumo, especialmente entre os jovens.

O presidente também mencionou os avanços da Colômbia na redução do consumo de álcool e tabaco, sugerindo que políticas semelhantes poderiam ser aplicadas a outras substâncias.

As declarações de Petro causaram desconforto entre membros de seu governo, reacendendo tensões internas no gabinete ministerial. Durante a transmissão ao vivo, houve registros de divergências entre ministros, o que resultou em momentos de tensão durante a reunião.

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