A beleza negra incomoda e não arreda o pé para racista
Mila Vieira venceu o Miss Universe São Paulo e sofreu inúmeros ataques racistas nas redes sociais.
No dia 25 de julho, Milla Vieira, de 33 anos, foi eleita a Miss Universe São Paulo. Ela é apenas a quinta mulher negra a vencer o concurso e o resultado repercutiu nas redes sociais repleto de racismo.
Na última segunda-feira (29) tanto Milla quanto o concurso se pronunciaram repudiando os ataques.
“Por que tanto incômodo? Por que tanto ódio? Internet não é terra sem leis, e os responsáveis serão, sim, penalizados. Aqui, a ‘cultura do hate’ não se perpetuará. Obrigada a todos que estão me apoiando, escreveu Milla em suas redes sociais.
Em meio a comentários como “ganhou pela cota” e “por que agora tem cota reservada nestes concursos”, ou ainda, “perderam a noção de beleza mesmo, lacração tá f#&4 hoje em dia”, Milla mostra que a população negra no Brasil não aceita mais um local subalterno, por mais que o mito da democracia racial diga que tudo no Brasil ocorre de maneira sutil.
Em entrevista, a modelo disse que vencer a competição era seu sonho. “Eu ganhei um concurso que era meu sonho participar. No dia seguinte, quando eu abri a minha rede social, eu já comecei a entender e ver os ataques direcionados a mim de forma gratuita”, relatou.
Milla registrou um boletim de ocorrência e um inquérito foi aberto para apurar o caso. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está ciente do caso que será apurado a partir do crime de injúria racial e racismo.
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