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Vídeo: Salles nega responsabilidade sobre crise yanomami e lamenta não ter conseguido “passar a boiada”

Ele também minimizou a responsabilidade do governo Bolsonaro sobre a crise na Terra Yanomami, em Roraima

Foto: VejaRicardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente

 

O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal eleito, Ricardo Salles (PL-SP), negou qualquer responsabilidade pela crise yanomami e disse que o problema é “muito antigo” e que a “sociedade” é responsável pela situação que o povo indígena se encontra. As declarações foram feitas ao UOL Entrevista, nesta quinta-feira (9).

Ele também minimizou a responsabilidade do governo Bolsonaro sobre a crise na Terra Yanomami, em Roraima, e negou que tenha facilitado o garimpo ilegal na região durante a época que foi ministro.

“O problema dos Yanomami é muito antigo, o território tem muita influência do tráfico de drogas, a fronteira é difícil. Há muitas décadas a região sofre com uma série de fragilidades que resultaram nessa situação muito triste”, afirmou Salles.

O deputado também disse considerar a palavra “genocídio” um pouco “exagerada” para se referir à situação dos Yanomami. “Há problemas graves na região, mas a definição jurídica não me parece a mais adequada”, afirmou.

Salles foi ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL) até ser exonerado em junho de 2021, após virar alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) em uma investigação sobre o favorecimento de empresários madeireiros na exportação ilegal de madeira.

Veja uma parte da entrevista:


Na entrevista, o ex-ministro relembrou a sua fala sobre “passar a boiada” e lamentou que não tenha conseguido  fazer isso enquanto era chefe da pasta. Segundo ele, a fala foi tirada de contexto.

Salles disse a fatídica frase durante uma reunião ministerial em abril de 2020, sugerindo que a pandemia de covid-19 era a oportunidade perfeita para o governo Bolsonaro “passar a boiada” nas regulamentações ambientais.

“Infelizmente, não. […] Minha fala na reunião ministerial, embora seja, por alguns, propositalmente manipulada, eu falei que todos os ministérios […] do Brasil precisam, e já passou da hora, de fazer um esforço muito grande de desburocratizar. […] Isso que quis dizer com passar boiada, e se tivesse acontecido, Brasil estaria em situação muito melhor. Não tem nada a ver com a situação da Amazônia, é outra história, outro contexto”, afirmou.

O deputado disse ainda que não tem receio de ser punido por sua atuação no Ministério do Meio Ambiente e que fez tudo que estava ao meu alcance.

“Fiz tudo que estava ao meu alcance, nossos órgãos atuaram sempre que foram solicitados, as operações de combate às ilegalidades continuaram existindo, nenhuma operação foi proibida ou interrompida”, declarou.

Veja a segunda parte da entrevista: 


Sob o comando de Salles, no entanto, a pasta enfraqueceu as regras de preservação ambiental e viu a taxa de desmatamento da Amazônia brasileira crescer.

Com informações do UOL e DCM

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