Pensar Piauí

Uma palavra pela Argentina

A "torcida jornalística" amarelinha era para que uma das mais tradicionais e briosas seleções do mundo, fosse eliminada diante do México

Foto: DivulgaçãoMessi
Messi

Por Ronaldo Salgado, no facebook 

Que seria de mim, um pretenso cronista tupiniquim, se me pautasse pelo grosso da Imprensa brasileira para escrever sobre Argentina x México? Ora, leitor e leitora destas pretensas linhas imparciais: desde quando a onzena portenha estreou com derrota na Copa do Qatar, a "torcida jornalística" amarelinha era para que uma das mais tradicionais e briosas seleções de futebol do mundo, duas vezes campeã e berço de craques fenomenais, fosse eliminada sumariamente hoje pelo escrete de Zapata. Isso não é papel ou função da imprensa. É coisa de torcida! Claro que, se acontecesse, o Mundial perderia mais brilho - como perderá se a Alemanha sucumbir amanhã ante a Fúria Espanhola. Copa do Mundo boa é aquela de grandes confrontos - óbvio que isso é só em sonho. Sonhe, então, leitor e leitora, numa fase final de Copa do Mundo só com a disputa daquelas seleções que já foram campeãs! No caso do Qatar, Brasil, Alemanha, Argentina, França, Inglaterra, Espanha e Uruguai, em fases mata-mata! Esqueça, isso é coisa de cronista pretensioso, não de comentarista abalizado de futebol. Mas a Argentina não vai embora ainda. E graças a um gênio da pelota, Lionel Messi, que, aliás, nada jogou no primeiro tempo. Porém fez valer no segundo tempo da peleja a valorosa manha de goleador, tirando o esquadrão portenho do sufoco. E, quando ninguém esperava, surgiu um tal de Enzo Fernandez - que, a princípio, pensei ser ator ou piloto de Ferrari - para monumentalizar o segundo gol dos hermanos e trazer de volta o Tango El dia que me queiras para o palco principal das terras desertas e absurdamente ricas do Qatar. Enzo e Messi escreveram no gramado do exponencial estádio catari uma página digna de Jorge Luiz Borges. E logo no momento em que Los hermanos reverenciam dois anos do encanto de Maradona, que hoje bate uma pelada nos campos celestiais, envergando a camisa azul e branca que encanta estádios e torcidas ao derredor do mundo. E há um detalhe: hoje foram garantidas novas emoções, sensações, sonhos, desejos, vibrações e provocações para os próximos dias. Uma prova inconteste de que o futebol não é só uma caixinha de surpresas. É também uma Caixa de Pandora a nos provocar, inquietar, incomodar indefinidamente nesta aventura que é ser torcedor e torcedora!

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