Pensar Piauí

Terceira dose para idosos é “para ontem”

Julio Croda, da Fiocruz, afirma que “não tem sentido privilegiar os adolescentes, porque estamos vendo o aumento de hospitalizações de idosos

Foto: UOLJulio Croda
Julio Croda

O infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, 43, afirmou em entrevista à Folha, neste domingo (22), que com o aumento das internações de pessoas acima de 80 anos se torna imperativo aplicar uma dose de reforço nessa população, a primeira que foi vacinada no país, junto com os profissionais de saúde.

“A questão da idade é para ontem, porque já estamos vendo um aumento de hospitalizações em alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, com a chegada da delta, principalmente nessa faixa etária. Se há agora a circulação de uma variante mais transmissível e já se observa o impacto nessa faixa etária, com as vacinas com uma efetividade menor, esse é um indicativo da necessidade de implementação de reforço o mais cedo possível”, afirmou.

O infectologista disse ainda que “o ideal seria garantir a segunda dose de todas as pessoas acima de 50 anos antes de começar a avançar nos mais jovens, antes da antecipação da segunda dose nos mais jovens. É importante entender por que 7 milhões de pessoas ainda não foram tomar a segunda dose, principalmente os idosos, e buscar essas pessoas antes de avançar nos adolescentes, por exemplo”.

De acordo com ele, “existe um levantamento que mostra claramente que em indivíduos com duas doses da vacina que foram parar no hospital e eventualmente morreram, 96% são pessoas acima de 60 anos”.

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