Por José Osmar, advogado 

No dia 10 de fevereiro de 1980 um grupo de trabalhadores e de intelectuais criou, em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores.

Nesses 43 anos de existência o PT governou o Brasil por 13 anos (2003/2015), o Estado do Piauí por 16 anos (2003/2010 e 2018/2022) e o Município de União/PI por 4 anos (2008/2012). E chegou aos 43 no comando do Governo do Estado do Piauí e da Presidência da República.

Entre 1989 e 2022 o Brasil teve, em média, 30 partidos políticos, sendo que o PT disputou com candidato próprio todas as 10 eleições presidenciais desse período, indo ao 2ª turno em 2 eleições e ganhando 5 (2002, 2006, 2010, 2014 e 2022). Das 11 eleições estaduais havidas entre 1982 e 2022 o PT do Piauí ganhou 6 (2002, 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022). 

Neste pequeno artigo não pretendo analisar os êxitos e fracassos das administrações petistas, mas tão somente realçar um pouco da importância que o Partido dos Trabalhadores teve no sucesso eleitoral de suas lideranças ao longo desses 43 anos de existência.

O Partido dos Trabalhadores é o maior partido político de esquerda das Américas, contando mais de 1,6 milhão de filiados, e desde que começou a disputar eleições, em 1982, sempre teve presença expressiva, nas câmaras municipais, nas prefeituras, nas assembleias legislativas, nos governos dos estados e no Congresso Nacional. Foi um dos principais articuladores dos capítulos sociais da Constituição de 1988.

Não sei se notaram, mas ao relatar brevemente as vitórias eleitorais do PT eu não mencionei os nomes dos candidatos vencedores, mas as vitórias do Partido. É que no meu modo de ver, o real vencedor de todos esses pleitos foi o Partido dos Trabalhadores, a estrela vermelha do PT, com o seu histórico de defesa da liberdade, da democracia, da igualdade social, da fraternidade, com sua preferência pelos menos favorecidos, conforme escrito em seus estatutos e proclamado nos discursos de suas lideranças.

Pode ser que para muitos isto não se aplique, mas para os candidatos do PT a verdade é que se tivessem se candidatado por outros partidos a história deles teria sido bem diferente. Os exemplos são muitos, de astros e estrelas do PT que, ao deixarem o Partido, perderam o brilho, mergulharam no ostracismo. Isto diz muito da importância decisiva do Partido dos Trabalhadores para o sucesso eleitoral dos seus candidatos.

É óbvio que para ganhar as eleições o PT precisa de bons candidatos, e alguns se ufanam, porque realmente são grandes lideranças. Mas bons candidatos petistas costumam perder as eleições quando concorrem por outros partidos. E isto diz um pouco mais da importância do PT para o sucesso de suas grandes lideranças. 

Você, talvez, tenha alguma dificuldade para lembrar os nomes dos partidos de Fernando Collor em 1989 e de Bolsonaro em 2018 e 2022. Mas eu sou capaz de apostar como você consegue dizer, sem pestanejar, o nome do Partido do Lula, da Dilma, do Haddad, do Wellington Dias, do Rafael, mesmo que você não tenha votado neles.

Você sabe por que isto acontece? Porque o PT é o único partido político realmente de massa no Brasil. Massificado no seio do povo brasileiro, o PT está sempre na mente dos eleitores, que, assim, ou o amam ou o odeiam, mas nunca estarão indiferentes a ele, enquanto ele existir. Por isso é que o PT é muito maior do que o maior dos seus líderes.

A força simbólica da estrela petista é imensa, e é essa força que, colada ao nome de um bom candidato, faz o Partido dos Trabalhadores ser tão resiliente, suportar tantas acusações e maledicências desde a sua fundação e, ainda assim, ser o Partido da preferência de 28% dos brasileiros, seguido do MDB e do PSDB com meros 2% de preferência cada um (dez/2021). A diferença é abissal!

Mas apesar de sua importância decisiva para o sucesso eleitoral dos seus candidatos, o Partido dos Trabalhadores quase nunca é ouvido na hora da formação das equipes que administrarão, ou da formulação das políticas administrativas e econômicas dos eleitos, os quais, invariavelmente, passam ao largo dos estatutos e documentos do Partido, tendo-o, às vezes, como se adversário dos “seus” governos fosse. 

Talvez devessem observar com alguma atenção a relação do Governo Chinês com o Partido Comunista da China, e como essa relação levou o País asiático de um PIB de 191,1 bilhões de dólares em 1980 para 11,2 trilhões de dólares em 2022. Ou seja, durante o tempo de existência do PT o BIP chinês cresceu 58,6 vezes, e o do Brasil, no mesmo período, cresceu apenas 6,6 vezes, de 273,4 bilhões de dólares em 1980 para 1,8 trilhão de dólares em 2022.

De qualquer forma, a história do Partido dos Trabalhadores nesses seus 43 anos de existência é uma história graúda, uma história de sucesso. 

Parabéns ao Partido dos Trabalhadores!

Parabéns aos petistas-raiz! 

Um abraço fraterno!