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Peixes para o São Francisco, para o Parnaíba, estudos

Os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf reproduzem espécies do São Francisco e depois as soltam no rio

Foto: MetrópolesRio São Francisco
Rio São Francisco

metrópoles -  Uma das principais fontes de água que matam a sede e garantem desenvolvimento econômico no Brasil, o rio São Francisco recebe novos moradores todo ano. Em média, 15 milhões de peixes criados em cativeiro são lançados no rio anualmente, segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira.

A Codevasf coordena o projeto de repovoamento do São Francisco, por meio de seis Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura, em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Nos centros pesqueiros, peixes de espécies nativas do Rio São Francisco se reproduzem. Os alevinos – como são chamados os peixes que acabaram de sair do ovo – são criados nos locais até que atinjam tamanho suficiente para se adaptarem à água do Velho Chico.

O centro localizado em Neópolis, Sergipe, reproduz em cativeiro espécies como xira, pacamã e piau. Esse centro entrega uma média de 3 milhões de peixes ao São Francisco todos os anos, segundo o engenheiro de pesca da Codevasf Alexandre Delgado Bonifácio.

Em janeiro deste ano, os técnicos da Codevasf, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), começaram a reprodução de pitu, um grande camarão de água doce que pode chegar ao tamanho de 50 centímetros. Todo mês, 10 mil novos pitus são entregues ao Velho Chico, em Sergipe.

Bonifácio disse à reportagem que as fêmeas de pitu vêm da natureza. É preciso esperar um período de até dois meses para que os pequenos pitus sejam levados ao São Francisco.

“Quando a gente captura uma fêmea de pitu, olhamos o grau de maturação dos ovos aderidos à carapaça. Quando está próximo da eclosão dos ovos, os levamos para fazermos a adaptação à água salobre. Depois de 45 a 60 dias, fazemos a readaptação para a água doce”, explicou Bonifácio.

O engenheiro da Codevasf disse que o pitu está em declínio na natureza, em razão do alto valor de mercado da espécie, que chega a R$ 80 o quilo.

O presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, disse ao Metrópoles que a companhia planeja a ampliação do projeto: “Estamos atrás de investimento para o centro pesqueiro do Rio Parnaíba.”

“Por meio dessa iniciativa, é possível fazer o repovoamento do rio e garantir a atividade econômica de milhares de pescadores”, afirmou Moreira.

Jornada das Águas

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, os primeiros projetos bem-sucedidos de reprodução artificial de espécies de importância ecológica e econômica para a região do São Francisco, como o surubim e o pirá, foram realizados nos centros da Codevasf.

O gesto fez parte do último dia da Jornada das Águas, iniciativa por meio da qual o MDR reuniu entrega de obras relacionadas à melhoria do abastecimento hídrico em locais com escassez de água e ações de preservação de bacias.

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