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PSDB financiou disparo de fake news contra Wellington Dias, denuncia jornalista

A declaração do jornalista Thiago Maciel foi dada à Polícia Civil durante a Operação

Foto: ReproduçãoDelegado Anchieta Nery, presidente do inquérito das fake news
Delegado Anchieta Nery, presidente do inquérito das fake news

GP1- Investigações desencadeadas no âmbito da Operação Fake News, deflagrada pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), nessa quinta-feira (15), apontam que líderes do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de Teresina financiaram a disseminação de fake news contra o governador Wellington Dias (PT) e demais líderes políticos que participaram do último pleito eleitoral na corrida pela Prefeitura de Teresina, em 2020. A informação foi dada à polícia pelo jornalista Thiago Maciel, alvo da operação.

Durante as diligências, a Polícia Civil do Piauí identificou que o membro de uma empresa de publicidade com sede no estado do Ceará, a mando de um líder do PSDB, era responsável por capitalizar o jornalista Thiago Maciel, proprietário do portal de notícias Tribuna Piauí, para que ele propagasse fake news e uma série de ataques velados contra figuras políticas do cenário local, sem deixar escapar nem menos o chefe do executivo estadual, que por diversas vezes teve o nome atrelado a situações falsas.

Foto: ReproduçãoJornalista Thiago Maciel, alvo da operação
Jornalista Thiago Maciel, alvo da operação

O delegado Anchieta Nery, presidente do inquérito, relatou que os contratantes do serviço do jornalista viram no governador uma figura política relevante no processo eleitoral na Capital e, portanto, passaram a atacá-lo através do disparo em massa de notícias fakes.

"O governador se tornou vítima porque é uma figura política relevante, alguém compreendeu que ele teria papel fundamental nas eleições de 2020 e optou por, criminosamente, atacar a honra dele e da família. A gente tem diligências em andamento relacionadas a essa situação e está bem claro pra nós investigadores que participamos da situação, mas o claro não é o provado e agora estamos com diligências em andamento para o claro se tornar provado”, ressaltou.

Empresa de publicidade operava a mando do PSDB

O delegado ressaltou que durante interrogatório, o principal alvo da operação disse que além do núcleo responsável pela contratação do disparo das notícias falsas em Valença do Piauí, havia também outro núcleo diferente, este responsável por ataques no âmbito das eleições municipais em Teresina.

"Quanto a essa situação de líderes políticos que estavam envolvidos no pleito eleitoral de Teresina, esse investigado confessou, em sede de interrogatório policial, que o contratante dele seria um partido político de Teresina envolvido no pleito de 2020, que o teria contratado por meio de uma pessoa do mercado da publicidade com base no Ceará. Essas informações são corroboradas por elementos que constam no inquérito policial e que vão ser fruto de novas diligências investigativas”, explicou.

Operacionalização do disparo de Fake News

Anchieta Nery explicou que, se utilizando a inserção de diversos grupos do WhatsApp e páginas no Facebook, o investigado se aproveitou para realizar o disparo de fake news que atingia uma quantidade infinita de pessoas que eram bombardeadas, diariamente, com conteúdo que iria além da crítica política e terminava em ataques contra a honra.

"Como ele tinha essa inserção em centenas de grupos de WhatsApp, dos quais de alguns ele era administrador e de outros era membro, e como tinha páginas no Facebook com mais de 10 mil seguidores, ele recebia material editado, arte gráfica acusando os adversários políticos de seus contratantes de crimes ou mesmo difamando essas pessoas falando de situações familiares, situações inverídicas que descamam para uma ação criminosa. Ele recebia esse material e espalhava por meio da rede que ele controlava, a função dele era disseminar esse material. O mesmo aconteceu no interior do estado”, finalizou.

Outro lado

Foto: ReproduçãoLuciano Nunes,  presidente do PSDB no Piauí
Luciano Nunes, presidente do PSDB no Piauí

O presidente do PSDB no Piauí, ex-deputado Luciano Nunes, procurou o portal GP1 na manhã deste sábado (17) para prestar esclarecimentos sobre informações que apontaram líderes do partido como suspeitos de envolvimento em um esquema de disseminação de fake news contra o governador Wellington Dias (PT). Luciano Nunes negou qualquer envolvimento nesse sentido e afirmou que a sigla tucana rechaça esse tipo de prática.

O ex-deputado garantiu que nem ele nem qualquer liderança do partido tiveram qualquer tipo de contato com o jornalista Thiago Maciel, alvo da Operação Fake News que apontou o suposto envolvimento do PSDB no esquema.

“Desconheço totalmente, nunca tive nem pessoalmente e nem o PSDB teve qualquer relação com esse jornalista e nem com qualquer empresa citada na matéria, fomos totalmente surpreendidos com essa notícia”, declarou.

Luciano Nunes afirmou que os tucanos condenam esse tipo de prática e exigem uma maior apuração dos fatos, para que seja provada a não participação do partido.

“Rechaçamos qualquer tipo de vinculação do partido com esse tipo de prática, condenamos esse tipo de prática, não só não apoiamos como condenamos, e exigimos agora, mais do que nunca, o rigor absoluto na apuração para que fique absolutamente esclarecido quanto a não participação do PSDB, nem do partido como instituição e nem dos seus dirigentes”, colocou.

Por fim, o ex-deputado disse que já conversou com o vereador Edson Melo, presidente do diretório municipal do PSDB em Teresina, e ele reiterou o posicionamento do partido.

“Falei há pouco com o presidente do diretório municipal, o vereador Edson Melo, e ele também descarta completamente, não tem nenhuma relação nem pessoal nem empresarial, não tem qualquer contato com o jornalista ou com a empresa”, concluiu Luciano Nunes.

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